04 março 2023

Mulheres sem prazo de validade. 10 anos depois, dou ainda mais valor a essa conversa.

   Dez não, são onze já. O livro  "Mulheres sem prazo de validade" foi lançado e fui chamada em todo lado para falar sobre isso: o prazo de validade que principalmente as mulheres, recebem e a maior parte aceita sem questionar, esse apagamento de suas faculdades mentais, sua capacidade de ser atraente como mulher, seu interesse como ser humano. Tornando esse cancelamento social, um verdadeiro algoz interno, no mais profundo desamparo de- não sei o que dizer ou o que fazer com isso. Ou contra isso. Ou ainda, ao seu, ao meu, ao nosso favor. 

   É claro que o assunto não toca só as mulheres. Outro dia li um comentário digno de esquecer- se não fosse o tema aqui-  da atriz Evangeline Lilly ( destaque em Lost)  para Michael Douglas : "você é um vovozinho que eu gostaria de transar". ( sic) Folha de São Paulo.  Em que pese a tradução ruim, pode ser, não vi a frase no idioma original...  não precisava dessa fala, mesmo que seja qualquer besteira para promover um filme da Marvel. É um "qualificar"- gostaria de transar- com você- vovozinho.  E no diminutivo ainda por cima, adjetiva um- você está datado- e ainda assim, eu tenho essa bizarrice. Eu Lilly me faço ainda mais jovem ao ressaltar essa boa distância. Pretenciosa você Lilly, ainda meio lost na vida, diante das evidencias: veja o percurso do  Michael como ator de muitas dimensões e o seu, bonita da série que já esqueci.  Será que a coisa está posta assim: você vale mais no mercado selvagem das trocas utilitárias, por ter alguns anos menos? Pois espere uma década dona moça. E os filmes que caem em seu colo agora, comecem a rarear. Bom,  torço  para que até lá, essa crueldade que você mesma está praticando, tenha sido erradicada. 

  Falo por mim: comecei a sentir mais  o peso da idade.  E não são as rugas que vão aumentando, a celulite, a flacidez aqui e ali.  É interna a coisa. Sim, ou será que você está pensando que a velhice anunciada é apenas uma questão de botox? 

 As alergias por exemplo. As intolerâncias. Não adianta mais ignorar. E eu fui bem advertida. Sabia que o nosso organismo vai se adaptando ao que comemos sem critério, até a hora que não consegue mais metabolizar , excretar. E ai inflama. Esperei a água bater no nariz, literalmente, para deixar a ficha cair. Além de outros objetos. 

Durante a pandemia eu tinha gripes sem fim. O que era isso?   Não sei, não sabia. Covid não deveria ser, ainda mais sem vacinas, eu teria morrido. Depois com as vacinas, continuei com as gripes, dores de cabeça e tal. Por que, também não sabia. Até a hora que baixei em um médico que me disse- isso parece ser sinusite.. Resumindo: fui ao otorrino, fiz tomografias. Era sinusite sim,  crônica. Que inicia com a alergia a alguma coisa. Alergia ao que ? . A tudo que eu tinha alergia antes e não prestava a atenção, não fazia sintoma.

  A coisa vai assim:  água sanitária, ou o nome que tenha em seu Estado. Aqui é Cândida. Em nada cândida: é um dos produtos que causam fortemente, alergias respiratórias. Utilizamos muito durante a pandemia. A ideia era,  eficaz sim, uma maneira de combater o  virus:  lavar tudo que chegava da rua, com o alvejante. Passávamos no chão também . Certamente o que causava as  minhas "gripes" sem fim. Até eu descobrir levou um tempo- até outro dia-  e muitas crises. Vejamos a intolerância a lactose: eu comia pizzas, sanduíches. E anda acreditava que a famosa "muçarela de búfala" era a resposta para a substituição ao leite de vaca. Não é não. O que se passa agora é meu organismo não aguenta  nem de longe, o cheiro de água sanitária. E nem um pedacinho de queijo de vaca ou de búfala. E se escrevo aqui é para alertar você também. Queijo de cabra, ok. Água com alcool para lavar chão, ok também.

    As suas fragilidades são para ser consideradas. Isso é a sua fortaleza. Saber de si, em um sentido mais amplo. Daquilo que é ingerido, o que faz bem e o que não faz. O  que cái mal,  é o  que faz ou fará  adoecer quando seu organismo não tiver mais tanta energia para gastar combatendo esses vilões.. O que preciso esquecer que existe... Açúcar por exemplo. Quem disse que isso é alimento? Pode ser um tipo de prazer- discutível. Mas nutrição é o que não é. Corrói a saúde. Experimente viver sem. 

   E os exercícios? Drauzio Varela disse outro dia que, 25 minutos por semana, já é um grande preventivo até contra o cancer. Uns minutinhos só. Só issozinho. Quanto maltrato não é  Daremos uma volta no quarteirão?  E pensaremos melhor antes de ter uma indulgencia compulsiva diante de um pratinho de venenos saborosos? 

  Lutemos contra essa ideia de "prazo de validade". Começando em casa, a deixar de ignorar nosso grande aliado: o corpo, no sentido literal, do organismo, que no conjunto da obra- nos faz viver. 

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