Leio com tristeza mais esse caso de violência contra a criança que ganha os jornais: Sophia, de dois anos de idade, antes de chegar já morta, ao pronto socorro, no dia 26 de janeiro ultimo, com sinais de espancamento, estupro e fratura na coluna cervical já comprovados, teve 30 atendimentos em momentos anteriores em UPA( Unidade de Pronto Atendimento- parte da Rede de Atenção as Urgências), com indícios de abuso: como uma tibia quebrada. ( matéria de hoje no Jornal O Globo). O pai da menina e seu companheiro fizeram denuncias junto a Delegacia Especializada de Proteção a Criança e ao Adolescente, e pedidos de ajuda junto ao Conselho Tutelar. As investigações das denúncias não foram adiante.
O caso aconteceu no Mato Grosso do Sul. A mãe da menina e o homem com quem vive, estão presos. Isso é a justiça desse país? No caso deles, agora é tarde. Daqui para a frente, o que fazer quanto as falhas dos orgãos competentes em solucionar ou manter vivas as investigações? E especialmente, com a omissão do Estado? O que fazer com esse país que não protege a sua infância? Nem em um âmbito amplo: da fome, da falta de escolaridade, nem no âmbito particular: dos abusos diversos ou da morte por agressão? Particular, como? Não é. Nem privado. Uma questão dessas é de saúde pública. Não apenas referente aos orgãos competentes, mas a cada um de nós.
As crianças desse país são nossas. Precisamos entender, assimilar essa ideia. E segurar, sem largar, aos mãos delas. Existe uma criança em situação de vulnerabilidade perto de você? Seja ela criança nas ruas, sem teto, ou mesmo um vizinho, um sobrinho, um parente próximo ou distante, na escola de seus filhos, passando na rua ocasionalmente, precisando de proteção e ajuda? Manifeste-se. Ofereça orientação aos que estão com ela. Pergunte, interfira. E se for o caso, denuncie.
Pense nas crianças que já vimos nos jornais, e no quanto suas histórias ressoaram e ainda ressoam para nós- para citar algumas delas: Isabela, Henry, Miguel, e agora Sophia. E tente imaginar- sem muito esforço, suponho- quantas sofrem abuso de todo o tipo, diariamente e nem chegam a alcançar o noticiário.
Podemos ficar enternecidos. E até fazer um minuto de silêncio. O que não dá mais é para fingir que não vemos e silenciar, diante de uma criança que precisa, mas nem sabe e nem tem como chegar até eu e você, e pedir socorro. Coragem, aproxime-se e socorra como puder.
Fico revoltada quando vejo casos como esse.
ResponderExcluirbig beijos
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