Pantanal, foi uma grande e maravilhosa ousadia que deu certo. Agora na TV Globo, veremos o que será.

  Em 2013, em uma avaliação sobre novelas que mudaram o rumo da dramaturgia televisiva, escrevi esse trecho, que repito aqui, sobre o Pantanal:

"Já Pantanal foi uma grande e maravilhosa ousadia que deu certo. E só ousaria desse jeito, quem não estivesse na campeã de audiência. Poderia ser um fiasco, uma novela passada no Pantanal, com a maior parte das cenas em externas panorâmicas,  e não em plano americano que o espectador estava acostumado.

                                                  Cláudio Marzo, o maravilhoso Velho do Rio
                                                                 de Pantanal.
Com o belíssimo Velho do Rio que Cláudio Marzo interpretou tao maravilhosamente bem. Acho que foi o melhor papel em televisão de sua carreira. Uma grande oportunidade de mostrar que não era apenas um "galã" por toda a sua vida. Ele era a alma de tudo aquilo, como personagem. Mas ali surgiram a suave e forte  Juma Marruá, Cristiana Oliveira, que virava onça. Cassia Kiss esplendorosa, com toda aquela força da natureza. Marcos Winter. Jamais esquecerei aqueles diálogos entre a onça Marruá que chamava seu marido de passarinho Tuiuiu e se perguntava: como uma onça pode ter alguma coisa com um tuiuiu? Ela se recusava a ter sexo com o rapaz que achava muito frágil para seu espírito selvagem. Ali tinha tanta gente boa reunida que falar de um e não desfiar um rosário inteiro é cometer uma enorme injustiça. Genial a trilha sonora. A direção de Jayme Monjardim em sua plenitude de pessoa arrojada e começando na televisão, com tudo, com a força. A presença do ator/compositor/ cantor sertanejo Almir Satter. Quem ha de esquecer "Ando devagar por que ja tive pressa"... Musica que ficou consagrada ali. Melhor que aquela novela acho que não vai ter. Mas quem sabe. Sempre surge alguém genial, uma bela hora, para desatar o nó górdio de forma mais criativa."

                                        Quem há de esquecer na novela da "Onça", o grande
                                         Antonio Petrin detonando sua mulher, a maravilhosa
                                                  Angela Leal? Ali tinha tudibom reunido.

E agora, 30 anos depois,  surge no horizonte televisivo a própria,  Pantanal. Com novo elenco. Será que a nova versão vai ser  tão boa quanto a primeira, me pergunto. Inovadora já sabemos que não propriamente. É o remake de uma ousada grande obra. Entrará no horário nobre da Globo, onde concessões são feitas em função do público. Provavelmente sem  a liberdade criativa da primeira versão. Que elementos serão pinçados da primeira Pantanal para que a nova,  seja uma produção vencedora... Assisti uma entrevista de Almir Satter e seu filho,  também músico e ator. Parte da trilha sonora será a mesma. O que é bom.  Não dissocio aquela  trilha sonora, da novela: se complementavam lindamente. Se embelezavam mutuamente. Também é interessante a escolha de Marcos Palmeira para o principal papel masculino. Combina.   E de uma atriz desconhecida para fazer a Juma Marruá, personagem de Cristiana Oliveira, maravilhosa ali.  Mais que isso,  não sei ainda. Espero me surpreender com o lirismo, a boa direção, a interpretação de cada ator. Superar o elenco inicial parece impossível. Vou sentir saudades. Torço para que seja um grande espetáculo. Nosso Pantanal merece. Poderemos aprecia-lo todos os dias. E mais ainda, lembrar que nossa natureza abundante que ali será mostrada, é finita.  Que é preciso consciência e um esforço contrário a quem insiste em destrui-la. Assim desejo hoje e sempre, sucesso ao Pantanal.