24 abril 2015

"Força Maior".Parece uma avalanche. E é: o ser humano nú e crú.

    Força Maior,de Ruben Ostlund está bem no formato de quem gosta de questões da alma debulhadas sem muitos tamponamentos. Uma boa sessão de terapia, individual e em grupo.
                                         A família reunida antes da avalanche de sentimentos
 
   Uma família sueca:jovem casal( 30 para 40 anos, acho eu) viaja para os alpes franceses a fim de esquiar com seu casal de filhos, muito fofinhos por sinal. Criança que não é de Hollywood interpreta com uma naturalidade super bacana e sem estrelismos. Eu gosto.

  Bom, o que interessa é que na hora do primeiro almoço em família, no hotel  junto a estação de esqui, uma assustadora avalanche parece que mostrará mais um filme "catástrofe".Não, não é bem assim.

  A avalanche que se anunciou terrível não passou de um sustinho. Parou bem na hora H, como se tivesse sido montada para dar mais adrenalina ao final de semana dos turistas. Mesmo assim , enquanto a coisa estava preta-  e muito branca, o marido sái correndo e deixa a mulher e os filhos pequenos, para se enterrarem vivos no gelo. Ele trata  é de salvar a própria pele.
                                              Enquanto parecia brincadeira, ele ainda estava ali....

  A moça percebe o acovardamento do marido, e a partir daí essa pergunta fica no ar para todos nós:numa situação limite, você seria capaz de salvar a própria pele e largar seus filhos e conjuge à própria sorte?  Pergunta tão dura quanto essa se esparrama como um baralho numa mesa, em que as combinações podem ser inúmeras. Numa situação de perigo você renunciaria a sua vida, em prol da felicidade dos que você ama? Ama mesmo? Ou apenas está junto e o sentimento que move a sua vida é o medo? Ao primeiro sinal, o medo aparece e o amor... bem o amor é lindo, na tela do cinema. É assim?

  Pois bem, o questionamento vai indo até o marido confessar para si mesmo, que ele fugiu sim. E faz tempo se tornou uma pessoa que não admira: trái a mulher e até trapaceia em jogos com as crianças. Ah perversinho covardão. E quem não é um pouco de cada,  levante a mão....Que caráter reto mesmo, o vivente tem depois de muito caminhar, aprender, consertar. Mas esse moço choca, por que também toca numa questão que muitos de nós jamais experimentou- estar em uma situação extrema e mostrar altruísmo ou egoismo. Muitos de nós conhece pouco de si. E nem sabe se faria igual ou diferente.

  Nas próximas cenas o moço procura mostrar que é de confiança. De um jeito outra vez, sem cacoetes hollywoodianos. Nada acontece de extraordinário para que ele possa então revelar o quanto se redimiu daquele abandono tão cruel. São os próprios personagens que criam- tal e qual numa dessas sessões de terapia familiar, onde se lida com exercícios e metáforas- uma situação onde aquele marido e pai pode expor seu lado mais amadurecido.
                                      Vale o ingresso pelo entretenimento e pela questão

Vale assistir. Na telona deve ser mais interessante. Eu vi em casa mesmo, Onde, como em outras épocas eu dizia por aqui, a gente é muito mais crítico, por que não tem pipoca, ar refrigerado, não pagou ingresso e pode dar um turn off a qualquer momento. Se assisti até o final, você pode ir sem susto ver no cinema. Vale o ingresso e seu tempo na cadeira.

Fotos de divulgação do filme, encontradas no Google.
 

2 comentários:

  1. Oi Camille,
    Fico tensa com esse tipo de filme sabia?
    Big Beijos
    Lulu on the Sky

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    Respostas
    1. Oi Lulu querida, esse não é tenso demais não. É outro tipo de tensão... Que bom que voce passou aqui.Não consigo mais comentar no teu blog, eu entro , tento e nao abre. Hoje entao foi pior, eu entrei e o blog nao abriu para eu ler. Quer ver o que eu vi? Uma foto da Bruna Maquezine e um batom. Só. Não dava para ver nada do conteudo. O que será? Pode ser configuração do computador? Bjossss

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