14 agosto 2014

O sucesso de"Mulheres Também Gostam de Contar" é muito importante para mim. Mas tem outra coisa que também espero encontrar nessa Bienal:o carinho do Ziraldo, como há 2 anos atrás..

 Há dois anos atrás escrevi meu primeiro livro: "Mulheres Sem Prazo de Validade". E com ele trilhei um caminho de grandes descobertas. Me lembro quando vi o livro pronto,saído da gráfica: me deram uns exemplares, e eu fui direto até a escola da minha filha,  a professora deixou interromper a aula, para que eu entregasse a ela  um exemplar, com dedicatória, do "nosso" livro.

Passei por um percurso natural de divulgação e quanto a isso, sempre fui tranquila, acostumada a falar em público, tudo certo.

Até que chegou o dia da Bienal. A Editora Scortecci estava fazendo 30 anos, e em  comemoração tão importante para a literatura brasileira,  grande parte dos lançamentos estavam indo para a Bienal Internacional do Livro de São Paulo.

Eu tinha então dia e hora marcados, para "autógrafos". Muito legal. Toda a parte mais importante da minha  família veio do Rio, parecia que era minha,  a  festa de aniversário. Mas era mais do que isso. Era um livro. E, comprova-se no dito popular: "ter um filho, escrever um livro e plantar uma árvore", está cumprida a missão de um ser humano na Terra.  Esse nível de valor.  Mas eu,  até determinado momento, não estava realizando bem toda a grandeza da coisa. Até por que sou daquelas pessoas que relativiza bastante o que possa causar  deslumbramento excessivo. Sempre penso:calma aí. Que importância tem isso diante da imensidão do universo? E isso é bom, quase sempre.  Mas as vezes me impede de viver certas epifanias, que as pessoas mais voltadas para o brilho das situações,  aparentemente, conseguem ter.

O fato é que ao final do meu tempo de dedicatórias, fui dar uma volta na Bienal, para conhecer o que havia ali. É muito bacana, animado, divertido, cheio de cor e claro, cheio de livros, alguns  muito especiais. E dando essa volta, dou de cara com o stand do Ziraldo. Vocês não tem ideia do que foi isso para mim. Ao vè-lo ali tão lindo como sempre, e com aquela cabeça hoje branquinha, tendo ao redor O Menino Maluquinho, e todas as suas obras extraordinárias, incluindo a obra prima FLICTS, que considero o melhor livro infantil escrito até hoje. Aliás, adorado por pessoas de toda as idades... Quando eu vi Zitraldo todo cercado de gente, e filas e filas de gente Abri um berreiro de grandes proporções.
                                           Querido Ziraldo, eu bem sei que a Lua é Flicts.

É o Ziraldo!!!! Estou na Bienal, aquela,  que a gente ia com o  Ziraldo......Na Bienal com o Ziraldo.,, Amo o Ziraldo. Que saudades do Ziraldo......... Escrevi um livro, que lindo!!!!!!!!!!! Estou nessa grandeza que é a Bienal!!!! Que máximo!!!!!!!!!!!!
E toda aquela emoção, talvez reprimida,  pode se abrir, e aquela epifania,  acontecer. Quem me ajudou a olhar, como diria o Galeano, foi meu querido Ziraldo, que não é apenas um grande, magnifico  escritor. É pai dos meus amigos, que já não vejo faz tempo. E mais que isso, é meu amigo, muito amigo. E mais que tudo isso, foi o pai  muito sensível , atencioso e afetivo, que eu quis e pude ter no fim da infância e  início da  adolescência, quando um pai é tão importante. Peguei emprestado.

Quando eu me sentia meio Flicts,como toda menina e menino no início da adolescência, o  Ziraldo era a minha Lua. Por que "a Lua é Flicts," comprovaram "os astronautas que a viram de perto, de pertinho".
Por muitos anos o Ziraldo ocupou para mim esse lugar-  Lua,  onde eu podia chegar e saber que estava tudo bem e eu tinha uma vaga naquele coração . Um lugar tranquilo. Onde pintávamos as vidraças no seu estúdio,  com todo o capricho que podíamos. E  ficou lá a  nossa marca, garotada descobrindo o mundo, junto com o a pintura do Quino e de outros humoristas, cartunistas que passaram por ali.  Hoje, só na memória.

Dois anos se passaram da minha primeira Bienal, e estou indo outra vez , agora  com o meu segundo livro. Pela Editora Scortecci, que acredita no meu trabalho e aposta na minha escrita.. Sou muito grata ao João Scortecci  e ao seu entusiasmo perante a vida. A vida que para ele inclui escritores e a produção de  livros de todas as maneiras.Seja como autor, ou como editor. Alguém que ama o que faz,e tem uma equipe afinadíssima. Um grande prazer estar ali no meio daquela "família" por uns dias , organizando as páginas da  minha nova  cria. Esse ano foi quando eu me senti muito mais escritora do que antes, muito mais responsável do que antes, pelo fato de escrever um livro. Muito mais capaz de sentar, imaginar, estruturar, e dar vida a situações e pessoas.Cenários, enredos....
                                                                     capa  frente

Então,  "Mulheres Também Gostam de Contar-Confissões de Amores à Toda Prova"" é muito importante para mim. Mesmo. Uma produção escrita elaborada, pensada, sentida. Que me deixa feliz especialmente.  E  vou ficar mais ainda ao avistar  o pai do Flicts . Dar mais uns abraços apertados no Ziraldo, no seu mais genuíno habitat: cheio de crianças, adolescentes, e pessoas emocionadas por ver o criador de tantos personagens importantes,como a "Turma do Pererê".  O pai postiço  por muitos anos, de uma menina que precisava muto, mas muito mesmo, ter esse reconhecimento. De escritora? Não....... De filha.

Beijos.
Pauline Herbach

Um comentário:


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