20 janeiro 2013

Esse é seu máximo? Paris- Manhattan. A coisa mais fofa da temporada.



   Ah, posso falar? Posso. Assisto muito cinema. E esse filme , para meu gosto sonhador, é o melhor da temporada.  Aguardem minha análise de “Cloud Atlas” e  “As Aventuras de Pi”. Muita metáfora, mensagens nas entrelinhas, eufemismos os mais variados. 
                                                     cartaz de divulgação 
Mas aí chega Paris Manhattan, com uma protagonista bela  e leve, que veste vermelho como Amelie Poulain.  E adora Woody Allen.  Vermelho não é minha cor preferida, mas Woody Allen, é uma grande paixão sim. (De lado deixo a vida dele, não tenho nada com isso. Se for encarar, descarto. Inaceitável até hoje para meu beiço, sua questão com a pedofilia .) Ponto.

Continuando: Alice( nome de uma das personagens de Woody, quando então casado com a musa daquela vez, Mia Farrow) é judia,  farmacêutica e procura entender a vida pela ótica de Woody Allen.  Foi apaixonada pelo cunhado, marido da irmã mais velha. E embora seja linda, loura e cheia de juventude, o pai já anda pensando em quem será seu futuro marido.
Toda família pensa nisso, quando os filhos vão crescendo. Mas por alguma razão, de tradição, as famílias judaicas pensam um pouco mais.
                                     Woody, paixão genial da diretora. (Na foto, Alice)

Assim, vemos o marido que o pai,  idoso e rico,  claramente escolheu para a filha, procurando se aproximar da moça. Ela, desconfiada, arredia e com outros pretendes, vai se pesquisando através de conversas com um pôster de Woody em seu quarto. E, em sua farmácia, a cada vez que um freguês se queixa de qualquer mazela, ela  que tem toda a filmografia do diretor em suas  prateleiras, receita alguns deles.
                                                De preferencia, o máximo. Como Alice quer.

Sempre delicioso ver a França retratada em cada cantinho: lá as farmacêuticas parecem ter mais autoridade e presença do que aqui. Lembro-me bem de uma bela bronca que levei de uma quando minha pequena, muito pequena mesmo,  estava com sinusite e febrão, e eu buscava um antibiótico. Não receitou um filme de Allen, em compensação mandou homeopatia-“na França não se dá antibióticos às crianças dessa forma. E não é assim que se trata de sinusite. Você mesmo está cometendo um erro gravíssimo ao sair desse carro congelado, para um calor desses..” 


                                      Paris, toujours, avec ma chére fillete. ( direitos autoriais meus)

Reminiscências de viagens a Provence à parte, o filme também procura desconstruir alguns ranços famosos da família judaica: a mamma judia, nessa história, é álcool-dependente e está mais preocupada com os seus próprios problemas. A filha mais velha é uma advogada super trabalhadora e culpada, por deixar a sua própria filha muito só. A menina “se cria”  e muito bem obrigada.  Com os bons exemplos presentes. E não figuras maternas arcaicas,  dependentes e defasadas da realidade.  Ali não se vive de dote ou possíveis heranças.  Mas sim de muito trabalho qualificado. Embora o pai provedor esteja lá, para dar as duas- igualmente-, amor, dinheiro, preocupação, respeito, presença, compreensão da singularidade de cada uma. Assim manda a “Cabala do Dinheiro”, que não se privilegie um filho, em detrimento do outro. Adorei.

Faço essas observações e evito sempre de contar todo o enredo, mas sim pontuar algumas questões que parecem interessantes para quem vai  ver o filme, prestar a atenção.
                                     Patrick Bruel, Sophie Lellouche e Alice Taglioni Cabourg
É o primeiro longa de Sophie Lellouche, que aparentemente não tem parentesco com Claude Lelouche( com um L só).  Mas tem mão boa, (assina roteiro e direção e o filme é uma delícia). E costas ou pés,  quentes: o melhor representante de Manhattan esta presente. Woody Allen em pessoa faz uma ponta e aponta a estrela da cineasta.  Diz a crítica francesa, que "os atores podiam ser melhor aproveitados." Mas cá pra nós, crítica tem sempre que dizer alguma coisa. E não se pode ter tudo ao mesmo tempo. Os atores estão ótimos.  E são excelentes atores, os que aceitaram essas pequenas pontas. O filme fica mesmo por conta dos protagonistas: a linda Alice Taglioni Cabourg e Patrick Bruel, o franco-argelino de múltiplos talentos: cantor, ator e “jogador de pôquer” como está dito na internet. Até para jogar pôquer é preciso um tanto de atuação.

Esse é seu máximo? Pergunta Alice, querendo sempre o melhor de si e das outras pessoas. Boa pergunta, que cada um de nós possa responder. E reivindicar.

No mais :  “bravô!”.  Assista e divirta-se. 

(quase todas as fotos pertencem a divulgação do filme e da peça abaixo. Encontradas em busca no Google para essa propaganda gratuita que faço com prazer,  de Paris-Manhattan. )


  Também assisti a peça "A Minha Primeira Vez", no Teatro Folha, com um grupo de jovens atores, homogêneo no seu talento, e super entusiasmado. Eles tem um interatividade interessante com a platéia. São engraçados, comunicativos, também dão o máximo. Vale a pena. Assista também. Recomendado para maiores de 16 anos.

6 comentários:

  1. Hummmm fiquei curiosa para assistir.

    Na 6a. feira vi um com o Arnold Schwarzenegger, O Ultimo Desafio. Gosto muito dele atuando. Apesar de ter mortes, porque era um Xerife, tem várias tiradas de fazer a plateia rir.

    Beijinhos

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    1. Hummm, deve ser bom esse tb.
      Bjos querida!!

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  2. Vou ficar atenta para esse filme, fiquei curiosa, mas não pelo Woody Allen, como você sabe, me decepcionei com o último filme dele. Mas tudo bem.
    Boa semana!

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    1. Qual foi o ultimo filme dele? Roma? É nao teve muita graça, mas tb nao ofende. De toda foram esse é muito fofo. Vale a pena assistir. É divertido, romantico, bonito, tem Paris...ulalala, eu gosto. Bjos querida!

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  3. Preciso me atualizar tô muito por fora de cinema.
    Big Beijos

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  4. Em comepensação, voce sabe tuuuuuuuuudo que acontece na tv. Impressionante, capacidade de estar antenada. Mas assista especialmente esse filme, tenho certeza de que voce vai amar. Bjao!!!

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