29 julho 2006

Transamérica. Um ótimo equívoco.

Hoje fui ver "Vamos Dançar" ou algo assim , com o Antonio Banderas. Mas eu queria mesmo era ver Transamérica, que pela descrição no jornal não tinha comparação. Mas já era tarde e o filme nos cinemas em que procurei já tinha começado a última sessão. Aí restou esse, meia-boca. Compramos as entradas eu e meu marido e sentamos. Começou um longo trailer de Transamérica, que não acabava mais. Descobrimos que tinhamos entrado no filme certo, quer dizer no filme errado. Vamos Dançar ficava na porta ao lado e naquele cinema também estava passando Transamérica. Que ótima surpresa. As vezes passa a ser bom que os jornais sejam tão desorganizados. O filme, que pude ver por um equívoco, nosso e do jornal que não o anunciava ali, é quase imperdível. Fala de sexualidade de uma forma interessante: um transexual prestes a fazer uma operação para trocar de sexo em Los Angeles, descobre que é pai de um garoto que está preso em Nova York por porte de drogas e prostituição. Ele viaja, retoma o filho sem se identificar. E aí desenrola uma bela história que fala das relações familiariares e suas complexidades, das relações humanas individuais. Da solidão, da busca de amparo, de compreensão, de aceitação, de acolhimento. Saímos do cinema emocionados. Falando das nossas relações familiares. Digo que o filme é quase imperdível, por que já vi coisas semelhantes. Está cada vez mais frequente, ainda bem, a capacidade dos cineastas mexerem com temas que antes eram tabús, com a maior naturalidade. Mostrando que além da circunstancia existe um ser humano, que precisa ser reconhecido e respeitado. Mesmo assim, o filme tem seus méritos particulares. A atriz que faz o transexual é espetacular. Só por ela já vale muito a pena trocar Antonio Banderas dando aulas de dança de salão. Mesmo que seja por um mero equívoco de portas de cinema. Confira.

Um comentário:

  1. Anônimo18:31

    Camelia, vi Elsa e Fred e gostei, mas adorei seu comentário sobre "a hora que se pensa que nosso tempo já passou e ele pode estar começando".
    O filme fala do desejo, este que pulsa até o estrebuchamento final.
    Também vi Transamerica e achei muito tocante. Não pelo tema polêmico, pois nos tempos de hoje quase não há mais surpresas. O filme tem algo que vai do sórdido ao profundamente tocante e por isto nos faz pensar em nossa condição.
    Beijos, Luiza

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