Assisti "Um amor após a vida" na Netflix. Como entretenimento, para quem gosta de enredos românticos, "serve", como diria a minha avó. A produção é bacana. Christina Ricci, consagrada atriz, encabeça o elenco. O casal de atores do par romântico também é muito bom. Distrái? Distrái.
No mais, você abstrái o conteúdo. Finge que não viu o que eles estão vendendo: o filme mostra que toda pessoa tem uma alma gêmea. E que é preciso estar unido a ela, quando morrer, para que essa alma se junte a sua após a morte.
Isso é verdadeiro? Não me parece. A morte pode não existir, por que nunca ninguém voltou para contar, dizem alguns. Outros ao contrário, creem que após a morte, que existe, encontraremos outros planos de existência, de acordo com o mérito de cada um. O preferido das religiões. Chico Xavier, querido de muitos e meu também, afirmava que a morte não existe, vamos sim para um outro plano. E podemos voltar reencarnados em outros corpos, para evoluir no mundo dos sentidos. É outra versão interessante e que muita gente acredita e se consola, da perda de parentes ou da própria finitude. A minha opinião sobre isso? Não tenho ainda.
Mas lembro de uma história de família: uma tia perdeu seu muito amado marido. E acreditava que não poderia suportar a vida sem ele. Ameaçou se matar. O padre amigo, a dissuadiu da ideia com a seguinte tese: "ele foi para um plano X. Não adianta morrer agora, por que seu marido era uma alma muito mais evoluída que a sua, que não irá portanto, para o mesmo plano que ele. " E a paz voltou a reinar naquele coração viúvo. Eita padre inteligente. E tem a maior lógica esse conselho não é?
O casal do filme deve ter entre 30 e 40 anos, pelo menos isso. Se fosse um pouco mais jovem, olha a desgraça que seria para um público adolescente, que já gosta de ter um pé cá e outro para lá: "É bom morrer". Em diversos momentos você vê o que está embutido na mensagem. Tudo a ver com esse mundo pandêmico que estamos vivendo.
Covid 19 volta com força na Europa. Escolas fechando na França outra vez, país que os jornais nem destacam como os mais afetados no momento. A Alemanha a beira do caos. Já sem vagas nas UTIs. Isso acontece pela quantidade de gente não vacinada- muitos tem medo da vacina, como se de fato fossem virar jacarés - e pela retomada da vida "normal", sem maiores cuidados. Ou como afirma o desgoverno verde e amarelo, cada vez menos verde- vide a derrubada de bilhões de árvores na Amazônia: " se morreu é por que estava na hora de morrer". Devemos ter uma retomada da pandemia também. Uma vez que a cada dia se afrouxam mais os protocolos de saúde. Muitos agem como se fosse um tempo que não volta mais.
Ninguém está querendo morrer não é? Mas é inexorável a coisa. Somos mortais. Deixaremos de existir algum dia. Com o conceito de morte ou sem ele. Resta produzir cada vez mais filmes "sessão da tarde", com essa idiotice de alma gêmea vai para o mesmo canto/ é bom morrer? Discordo. Resta é cuidar de si e do planeta.
Esse é realmente o pior filme dessa safra- vida após a morte- que assisti até agora. Justamente por que é bem feito, tem atores bons e é agradável para passar o tempo. Vende melhor esse peixe morto do que os que tem um maior ranço melo-religioso. Mas vende a mesmíssima coisa.
Não caia nessa. A vida é aqui e agora. Aproveite a sua. Ao invés de acabar com ela em busca de coisa melhor. E de preferência não assista esse filme. Muito menos indique para qualquer pessoa. Cuide-se bem.
Oi, Camille
ResponderExcluirEu acredito em alma gêmea, mas não necessariamente como um casal. Pode muito bem ser um pessoa que vc sinta sintonia perfeitamente. Não sei a função da alma gêmea, deve ser um pinguinho de resquício pra nos mostrar que existe vida além daqui. É tudo um mistério que nossa limitada mente não consegue assimilar. É tudo muito grandioso pra imaginar o que viemos fazer aqui e até quando.
Um grande erro é não falar sobre a morte, que é a certeza que existe por aqui. É certo que dói, mas é inevitável acontecer. E se pensarmos em reencarnação, já viemos várias vezes pra cá e em outros lugares também, e passamos pela morte. Então não é assim tão sinistro.
A falta de conhecimento, esse sim é sinistro. Mas, cada um tem seu modo de enxergar tudo, e está tudo bem.
Beijo, querida!
Concordo mesmo com voce. Não tem nada de sinistro. A morte faz parte da vida. A morte é um conceito tb, uma ideia inventada. Nos deixamos de existir, somos finitos. O que isso tem a ver com cemiterio e fantasma? Nada. Não é sinistro. As pessoas é que fazem do imponderavel, algo de sinistro. Penso ainda que, como disse no texto anterior tb, nesse momento proliferam filmes sobre vida em Marte, exploraçao em Marte e vida apos a morte. Por que será? Bjos e obrigada pelo comentario tao refletido.
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