29 novembro 2011
"Qualquer maneira de amor vale a pena? Qualquer maneira de amor vale amar?"
Vou falar de filmes e vou falar de amor. Alguém se lembra dessa linda canção de Milton Nascimento: "pena que pena, que coisa bonita, qual a palavra que nunca foi dita? Qualquer maneira de amor vale a pena..." O que no título coloquei como uma pergunta, Milton coloca como uma afirmação: "qualquer maneira de amor valerá..."
Assisti 3 filmes, histórias de amor, seguidinhos: "One Day" com Anne Hathaway e Jim Sturgess, "Like Crazy" com Anton Yelchin e Felicity Jones e "Toda Forma de Amor" com Ewan Mc Greggor, Christopher Plummer e Melanie Laurent. Tanto os titulos em Ingles quanto o que está em Português não tenho noção de como se chamarão nos cinemas nacionais. Mas, pelos atores dá para ter uma idéia quando entrarem em cartaz. Que seja logo. Por que são bons. Meio comédia, meio drama, uma mistura interessante em muitos sentidos. Parece uma tendencia atual e muito saudável mesclar atores de diferentes nacionalidades ou diferentes cenários: em One Day, os dois personagens são ingleses, mas o filme se passa entre Londres e Paris. em Like Crazy, é uma inglesa e um americano, tb Londres e Los Angeles. Em Toda Forma de Amor, Inglaterra e França e ainda aparece NY de pontinha.
Essa diversidade traz uma riqueza não somente ao conteúdo da história, mas as diversas maneiras de interpretar. O ator europeu parece sempre construir seus personagens de um jeito mais artezanal. O que ajuda à totalidade do elenco. Ainda mais em histórias que poderiam ser absolutamente banais. O que elas tem de importante mesmo, é a excelente interpretação de seus atores. E para ser justa, alguns personagens bem estruturados pelo roteiro e uma boa direção. Todo mundo sabe o que está fazendo. Christopher Plummer, o eterno Capitão von Trapp da "Noviça Rebelde" faz um cativante pai de família gay que resolve sair do armário quando sua mulher morre. Dá para divertir e emocionar.
E para não contar os filmes, ainda proponho um desafio:
Alguém assistiu ou conhece a história de Romeu e Julieta? Um par de adolescentes que se ama, mas são filhos de familias inimigas, o que torna tudo dificil quase impossivel. Um combustível para o amor romatico- a dificuldade, os impedimentos. E por fim, a morte enterniza esse amor. Já pensou se os dois fizessem bodas de prata? Talvez não fosse tão lindo assim. O tempo desgasta, o convívio intenso e diário anula preciosidades de cada personalidade. Morrer , sumir, cria uma idealização.
E Tristão e Isolda, alguém leu pelo menos em parte, ou comentários sobre esse livro que tem montes de versões? Pois bem, essa é uma história interessantíssima, que vou tentar resumir e pegar apenas o principal: Isolda era a noiva prometida para o tio de Tristão. Mas é ele quem vai busca-la em um reino além mar. Os dois de imediato sentem uma grande afinidade um pelo outro. E levam no barco, na viagem de volta, uma poção mágica que faz as pessoas se apaixonarem. Era para o tio e Isolda beberem. Mas são os dois, ela e Tristão que bebem antecipadamente poção. Que como todo remédio, e toda paixão, tem prazo de validade.
O que acontece? Isolda torna-se amante de Tristão, mesmo tendo se casado com o tio dele. Diante dos encontros furtivos, escondidos, é uma excitação, uma paixão só. Mas em um determinado momento, decidem fugir e vão morar na floresta. É ali, convivendo todos os dias que Tristão e Isolda percebem "que o efeito da poção mágica passou"... Isolda decide voltar para o marido. E é assim que ela e Tristão voltam a ser amantes pegando fogo, até o fim.
Estranho esse jeito de ser de nós humanos? É, de perto ninguém é normal. De longe, cada um sabe o calo que lhe aperta. Por isso quero propor uma reflexão sobre os filmes que eu vi e que vocês já estão com as dicas para assistirem também: descubram pontos em comum entre Romeu e Julieta e Tristão e Isolda, nesses 3 filmes. E percebam também se outros filmes tem alguma coisa desses dois romances eternizados. Quem sabe na vida, já viram coisa parecida? Vocês me contam depois o resultado?
(imagem de divulgação de "One Day" encontrada no Google)
11 comentários:
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Camille, Tristao e Isolda nada mais é que o casamento entre 2 pessoas que se amam e caem na rotina. Melhor é continuar sendo a outra, sendo amante, pois ai sim a coisa pega fogo. Triste realidade? Talvez, quem sabe.
ResponderExcluirBjao querida e uma linda semana pra vc
Eu gosto dos trabalhos realizados por esta atriz, mas depois de um depoimento ridiculo dela, caramba, falta algo melhor dentro da cabecinha...
ResponderExcluirsobre meu post: Camille, na Barra, especialmente no Recreio e Vargem Grande, podemos ver quase diariamente. Parece surreal! rssss
Este cavalinho, precisavam ve-lo, andava de cabeça erguida! rsss
Bjs
Quer dizer que a Anne está se passando por inglesinha? Tem cara (como anda o sotaque?)... E essa canção do Milton e do Caetano é mesmo linda: ótima lembrança! E ótimo texto: estás apaixonada...
ResponderExcluirUm abração, com um lembrete: ele está pra voltar... Jens vem aí, lá lá lá lá lá lá!
Camille, excelente texto! Gosto de assistir estes tipos de filme para relaxar... O amor é simples, nós é que somos complicados rsrs.
ResponderExcluirBeijo Bella!
Camille, nunca li Tristão e Isolda. Belo texto. Acredito que o amor é como uma planta, precisa ser regado diariamente mas você não pode enxaguar demais, senão ele morre e se esquece de regar, ele morre tb. Tem q saber encontrar a medida certa.
ResponderExcluirBig Beijos
Camille,
ResponderExcluirVou ficar de olho então para ver estes filmes que indica. Você sempre acha filmes adoráveis.
beijos cariocas
(E olha, por aqui também não tem atualizado um monte de blogs pra mim. não esquenta!)
Um filme romântico para acalmar ou desafiar nossos nervos! (rs*) Para sustentar um amor é preciso sonhar e se lembrar eternamente do sentimento gerado no primeiro instante ou aquilo que nos fez olhar para o ser amado e sentir admiração. Senão o sentimento morre, assim como qualquer sentimento bom! Então a receita para matar o amor é somente se lembrar dos defeitos do amado (rs*). A rotina está aí para nos desafiar. O Amor de Romeu e Julieta foi sublime, mas apenas um capítulo, pois esse amor apenas começou - um amor infantil que ainda precisava amadurecer. Um amor não morre se ele se transforma e é acrescentado de outros sentimentos. O Pior do amor, como me disse a Annyllinha (do blogue BlogLinha) é que ele não tem sincronia. Ninguém ama igual. Mas pode ser recíproco, não bastando que cada um o sinta a seu modo. Há de ter compreensão, sendo fundamental que cada amante sinta o que o outro sente, pelo menos em alguns momentos ;)
ResponderExcluirFalar de amor é bom, sentir é melhor ainda. As pessoas que perdem a capacidade de amar, ficam amarguradas! Melhor morrer!!
Beijus,
Alguém mais pensou na possibilidade de uma Julieta Imortal!!
ResponderExcluirCam... que interessante isso...
ResponderExcluirPosso falar só de Romeu e Julieta e depois de Tristão e Isolda?
R & j = o proibido, tudo que é difícil ou impossível é mais excitante. O escondido, os sussurros, os toques, o medo de alguém ver... isso é muito excitante e existe hoje em dia sim. Só que sem morte. Talvez se se casassem não ficariam assim pra sempre.
Aí cairiam na rotina de T & I. Onde tbm entra o proibido, o escondido, o impossível, o medo de serem descobertos.
É o que eu acho em comum entre os dois.
Os outros filmes eu não assisti.. .pena!
Beijos,
Ótimo fim de semana pra vc.
Camille querida,
ResponderExcluirAguardo os filmes indicados! Suas dicas são sempre excelentes. Nem sempre o que rotulamos de amor é amor, às vezes, na maioria delas, é atração física e paixão. Aí não há como permanecer... tudo vira rotina depois de um tempo. Amor é outra coisa. É encontro que não termina, mesmo quando se separam.
Girassóis nos seus dias. Beijos.
Ué, o que terá acontecido? Nos Morcegos acusa que estarias com novo 'post' ("Proximidade. Boas-vindas") e aqui segues com o Romance dos bons filmes que viste... Desististe, foi, por isso sumiu o 'post'?! De qualquer forma, corra aos Morcegos, seja para explicar-me o que aconteceu, seja para dar-me o prazer da sua presença! Abraço!
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