14 novembro 2011

Pacto de Amor. Será que ainda rola hoje em dia?


Assisti em dvd o filme produzido pela Fox,"Flor da Neve e o Leque Secreto". Conta a história de duas amigas de infância em Hong-Kong. Uma delas, se preparando para morar em Nova York, quando a outra tem um acidente e o enredo começa propriamente.

É daqueles filmes que ficam na metade do caminho: quer ter uma pegada "americana"- os primeiros cinco minutos dão a prévia da história. Já repararam como ainda hoje a maior parte dos filmes made in USA utilizam essa velha formulinha? Não há surpresas no final. E sim o que veio descrito no "cardápio". Ao mesmo tempo o filme em questão, quer enxertar uma história tradicional da China antiga que é o que ainda em primeiro lugar, chama a atenção para um filme chinês. Chinês sim, por que Hong-Kong não adquiriu outra identidade histórico/cultural.

As protagonistas são as melhores amigas uma da outra. E paralelamente a isso, conta-se a saga de duas outras amigas, Flor de Neve e Lírio- com as mesmas atrizes- na China antiga, que tem um pacto Iaotang de amizade desde o nascimento, devem zelar uma pela outra até o fim da vida, como se fosse um casamento. É um contrato que segue um padrão de relacionamento, deveres e... AMOR. Olhando assim é até engraçado não é? Faz sentido assinar um contrato legal, onde um se obriga a tomar conta do outro e ainda amar para o resto da vida? Para algumas pessoas faz. Nem todas conseguem segui-lo.

Tanto na China antiga, como na atual Hong-Kong mostra o quanto essas relações são complexas. Quanto sacrificio se faz em nome de contar com um pouco que seja do amor de outra pessoa. E o quanto de abnegação, também existe nessa possibilidade de arranjo. Lado bom e lado ruim. Lado a lado.

Poderia ser um filme interessante, mas não é. Sabe o que estraga? Justamente essa busca de simetria, entre o novo e o velho. Devia ser somente a história antiga, focada no assunto do título : distantes na vida adulta, as amigas trocavam experiências através de um código, uma linguagem milenar utilizada pelas mulheres e não conhecida pelos homens, com que escreviam mensagens nas dobras de um leque e era passado de uma para a outra.

Mas privilegia-se na narrativa, a correspondência "biunívoca": o acontece com as duas amigas na vida moderna, acontece com as outras duas na China antiga, na mesma proporção e medida. Esse quadradismo é o que afasta quaquer possibilidade de arte e faz do filme mais um filmezinho. Não existe soltura, criatividade, deixar fluir. É como se o roteirista tivesse apenas cumprido o dever de casa.

Para mim, já basta a escola "progressista" da minha filha estar no seu quadrado. Na telinha e na telona prefiro voos mais livres e mais altos. ( cartaz de divulgação do filme encontrado no Google)

9 comentários:

  1. Camille querida,

    Não vi o filme, mas sua análise é interessante e deixa claro que o filme é desinteressante aos seus olhos e sentires! Girassóis nos seus dias. Beijos

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  2. OLá Camille, este filme parece ser muito interessante. Eu tenho uma porção na lista de espera e o tempo tem sido curto.

    Camille, sobre seu comentario: no meu caso, voce está certa. Está acontecendo. E é algo complicado de explicar. As 3 poesias se completam e uma complementa o sentido da outra.

    BEIJOS

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  3. Camille, gosto das suas análises sobre os filmes. Confesso que nem fiquei animada em assistir.
    Agora aproveita e me linka. rsrs
    Já assina meus feeds?
    Big Beijos

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  4. Cam, sua análise foi muito interessante e quero ver o filme, rs.

    Bjao

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  5. Cam, acho que deveria ler o livro que é primoroso. No livro não tem nada de dias atuais dentro da modernidade de Nova Iorque e tals. O mais atual é por volta de 1900 e Lily já com 80 anos. Há uma volta no tempo contando a vida de Lady Lu (Lily) que passa através do reinado de 4 imperadores. O livro recebeu menção honrosa no Asian/Pacific American Awards for Literature. Estragaram a história no cinema, pelo jeito! (rs*) Boa semana! Beijus,

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  6. Fui ver se tinha o livro em português e descobri que na tradução trocaram o nome de Lily para Lírio (rs*) Se puder leia o original.

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  7. Camille, sabe que eu sou uma pessoa estranha demais. Livro eu vou no final ver o final e filme me dá agonia esperar até o final. Coisa de maluca mesmo.
    Mas tem que ter um suspense, um mistério, senão perde a graça.

    Ótima semana pra vc...
    Beijossss

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  8. Anônimo23:55

    Luma,
    Eu li que o original é um livro. Quando puder, encaixo na lista! Mas realmente detonaram com o roteiro mediocre, que pena.
    Beijos!

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  9. Entre lo novedoso y lo bello, se deberia definir cuál es la prioridad, para ello el director lo debe tener claro desde el principio. Meter muchas ideas en una sola película a la larga no compensa el resultado final.

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