14 janeiro 2011

GET LOW- por que preparar um funeral de verdade se todos os dias podemos morrer e renascer metafóricamente?




Por que trata-se de uma lenda. Get Low é um filme interessante, bem feito, humaníssimo, que conta a história de um homem barbudo e de cabelos compridos. Recluso em uma fazenda e sua pequena casinha. Paralisado ali. E no entanto, com fama de molestar, matar, ferir quem quer que se aproxime. Um homem-lenda. E uma história baseada de fato , em uma lenda. De um homem que, incapaz de transpor seus obstáculos interiores e mudar a imagem de si, através de um processo mental, intelectual, emocional- preso por 40 anos como ele diz- programa literalmente seu próprio funeral. Como uma festa enorme, para onde todos os habitantes da cidade e das cidades vizinhas são atraídos. Para que, vivo, o protagonista finalmente se autorize a dar a sua versão de si, e com tantas testemunhas,
Ele diz que jamais fez mal a ninguém, exceto a única mulher que amou na vida. Não, não sei se ele a matou. E se eu contar tudo você não vai ver o filme. E se não for, perderá a excelente atuação de Robert Duvall.
Duvall nunca foi bonito como Paul Newman por exemplo. Mas sempre foi bom, muito bom ator. Desses que mesmo que o filme seja mais ou menos, consegue dar dignidade a produção com sua caprichada performance.
Get Low é um desses. Se nao tivesse Duvall seria um filme mais para chato, triste, cansativo. Com Duvall torna-se uma história inesquecível. Ele dá vida realmente ao personagem. Defende aquele homem com toda a sua consistencia de ser humano-experiente e bom ator. E é um excelente advogado do seu papel. Torcemos pelo homem que não soube se reconstruir senão através de um simbolismo quase concreto, como um funeral. E aqui para nós, sabemos também que muita gente morre disso: da incapacidade de bem-dizer de si. Isso mata sim: cancer, depressão, queda de cabelo, obesidade. Quer mais? Quase todos os males. Tem gente que foge de si, foge do espelho, foge de uma terapia e acaba se transformando da forma mais drástica. Não precisa.
Que possamos aprender a enterrar velhos valores, esquemas, truques. E permanecer vivos para aproveitar as mudanças. E que Duvall, que por sinal faz 50 anos de carreira, arrebate todos os prêmios de todas as Academias. Ele merece não como presente de bodas de ouro com o cinema. Mas por seu talento que reluz por brilho próprio.

3 comentários:

  1. não conheço esse filme, anotado. beijos, pedrita

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  2. Cam, feliz de quem consegue se olhar, diariamente, no espelho.
    Feliz quem nao foge de si mesmo.
    Já terapia, tenho minhas dúvidas. Mas, isso é algo bem pessoal meu.
    Acho que a gente tem o poder de encontrar a cura para a maioria de nossos males. Mas, pensando bem...quando analisamos muito, tendemos a dar de cara com certas doencas que, em situacao normal, de pensar pouco, nao adquirimos.

    Por exemplo: quando eu paro e analiso muito as coisas, pessoas e atos, eu percebo que eu sofro mais. Vou dormir angustiada, perguntando a DEUS por quê as pessoas sao assim?

    percebo, também que,. quando analiso pouco, em alguns casos, fico mais tranquila, por que nao boto a cabeca para divagar muito.Mesmo que eu tenha plena certeza de que minhas itnencoes, em todo e qualquer caso é sempre de QUERER AJUDAR.
    Mas a paz, mutias vezes tem relacao com a forma da outra parte saber receber a ajuda...

    Enfim, cada cabeca uma sentenca.

    Ah..o ator?nao o conheco. Mas, como vc sabe, nao sou muito de filme
    Dias felizes

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  3. Cam, tudo bem?

    Menina, gosto demais desse ator porque ele é realmente muito bom e esse filme como vc o descreveu deve ser ótimo.
    Dica anotada, vou correr atrás.

    Bjao e boa semana

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