15 julho 2009

Castas, mas não puras

Cansei de ler o livro do "dalit". Para quem não assiste a novela das oito, trata-se da camada da população indiana considerada"intocável". Quem toca em um dalit se torna impuro. Entendi que existem três grupos de castas, a mais alta a dos Brahmanes, que abrange os sacerdotes e tal. Depois vem a dos comerciantes e por ai vai, num desenrolar de subcastas, que vão somando mais de mil.

Alguém comentou que parece o Brasil. Sim, parece muito. As pessoas que aqui nascem numa miséria total, dificilmente saem dela para uma situação melhor, ou ascendem socialmente. Mas na India a situação social parece ainda mais grave do que a situação econômica: se você nasce na casta dos dalit, dos intocáveis, dos impuros, você não sai disso jamais. Nem por casamento, por enriquecimento. Por exemplo, a pessoa pode dar a sorte de sair da India e enriquecer em outro país, se voltar a India, continua sendo um intocável.

Ao que serve esse tipo de situação? A mesma coisa de sempre: "se dividir por igual não vai dar para todos". Essa é a impressão que o ser humano tem do mundo- a escassez. Então "costumes", sistemas economicos, políticas, existem para garantir o croissant de cada dia dos privilegiados do mundo inteiro. Enfim, existe muito que dizer sobre isso. Muito o que pensar. Mas o pobre rapaz que escreveu o tal livro "Na Pele de um Dalit" é um chato sem o menor talento. Em meio a riqueza de detalhes de toda essa miséria social, o escritor-chato começa a falar de si, falar de si, falar de si, como se estivesse vivendo uma experiencia "alquimica" ao se fantasiar de dalit e tentar viver no meio deles. Larguei no meio. Vou começar o da Allende em Espanhol.

Hoje aliás. estou super contente, por que já não preciso ficar presa em casa, só lendo e lendo. Consegui andar bastante, sem dor nenhuma. Fui a feira. Adoro feiras, aquele cheiro de natureza que não se sente com frequencia em São Paulo. Definitivamente, a vida é bela. Para alguns. Agradeço nesse momento por ser bela para mim. Namastê.

7 comentários:

  1. Eu também acompanho aqui em Portugal essa saga dos Dalit. Custa-me a entender como, em pleno séc. XXI, ainda há sociedades que se regem dessa maneira. Sei que na Índia eles tentam "abafar" um pouco para o resto do mundo a história das castas mas que ainda as levam muito a sério, lá isso levam.

    Beijinhos do lado de cá.

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  2. Anônimo15:01

    Oi Sofia,
    Não consigo acessar seu blog por que tem senha. Fico contente que voce tenha voltado a escrever. E espero que esteja tudo otimo com voce e sua vida
    Cam

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  3. zany16:40

    Cam, percebi este tipo de situação no relato do livro Caçador de Pipas, onde os Hazaras só serviam como empregados para poucos privilegiados. Bjs e torço pra que vc. já esteja recuperada da cirurgia.

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  4. Anônimo21:58

    Zany,
    Deixe seu endereço, nao o tenho mais e esta dificil de conseguir.
    Beijos,
    Cam

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  5. Foi um prazer receber sua visita e ter a oportunidade de vir até aqui conhecer o seu blog. Realmente as diferenças sociais são assunto inesgotável para a literatura. Uns a aproveitam com maestria, outros nem tanto como o autor do livro que está lendo.
    Um abraço e boa noite

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  6. Complicado! Mas muita coisa tem mudado por lá! Viu que agora já aceitam casamento entre pessoas do mesmo sexo? Estão à nossa frente neste quesito. São muitas as castas, mais de 6mil e a relatividade moral, estética está longe de criar movimentos que mudem a situação. Não sei se lê em inglês, este artigo é bem interessante - http://migre.me/3IHu

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  7. Anônimo10:30

    Nao sei Luma,
    Nao entendo. Eu faço o que eu consigo, coloco uma senha para postar. Mas paa fazer comentarios agora estou conseguindo fazer com o anonimo, antes nem isso,nao fixava. Beijos, Cam

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