18 novembro 2017

A Princezinha Medrosa. Acessibilidade. Estamos todos no mesmo quadrado- humanidade.

   Ah que lindeza. Que emoção.
Prologo Tactil.
Nunca tinha visto uma peça com tantos sabores diferentes.
Quando o acesso é para todos, dá uma sensação de segurança, uma ilusão de completude, de tudo estar perfeito, de tudo estar completo.
Quando era pequena brincava de cabaninha: botava quatro cadeiras ou mais, fazendo um quadrado, e colocava um pano em cima. Que delicia estar ali dentro com amigas e amigos. Coisa que a gente pequena nao entende por que, mas é bom.
A princezinha vive em um quarto, fechado. Está ali, prisioneira do proprio medo. Da neurose, talvez da melancolia.
O medo a impede de sair e desejar o que quer que seja. Está suspenso. E assim sua imensa fragilidade de prisioneira, a torna uma tirana: ordeno que o sol jamais saia daqui, por que tenho medo das noites, ordeno que as pessoas trabalhem em dobro, para que a pobreza não chegue aqui.
Aquele quarto se alarga e toma a plateia quando a princezinha se desloca para a plateia sem dizer que saiu do quarto bem marcado por uma fita crepe, e paredes imaginarias. O quarto estica. E o espaço d aplateia passa a fazer parte daquele quarto, onde estãmos presos nos nossos medos, neuroses, inibiçoes.
O faz de conta mais bonito que eu ja assisti
E um dia, a princezingha se perde na floresta. E assim, sem ter ninguem em quem se apoiar, ela vai descobrir a si mesma. Encontra uma amigo, apura os ouvidos para o som dos passarinhos, do riacho, da vida. E incrivel a plateia é solicitada a fazer o som de floresta: esse grupo faz o som dos passarinhos, esse faz do riachinho, esse faz... E uma sinfonia começa ali.
Mais uma vez plateia e palco, sob efeito de som, de luzes, se juntam em uma coisa só, trazendo uma sensação de felicidade, de não faltar nada, de completude.
O faz de conta mais lindo que o ser humano pode querer. Não é delirio, é faz de conta. Peça para crianças? Peça para humanos. É para todo mundo.
Os gestos e movimentos das libras- os atores enquanto atuam utilizam a linguagem falada e a linguagem em libras, com muita naturalidade.
Sao movimento lindos, acompanhados da expressão facial de cada um.
Quando estao todos em cena numa grande discussaõ, entra a dona connraregra e ela, que nunca tinha sido atriz, interpreta. E ai a gente ve o quanto de expressão tem essa linguagem para surdos. Por que a atuação dela é linda. Mas nao está atuando? Essa intepretando a fala oral com os gestos de libras.
A peça é fruto de uma intensa pesquisa de Paula Souza Lopes, sobre a acessibilidade.
Como fazer uma peça para todos? O resultado está ali.
Estamos todos aqui, todos juntos, nos entendendo . A linguagem deixa de ser um mal- entendido e torna-se uma agregadora de todas as dimensoes. Estamos juntos.
O tabu com relação as diferenças machuca e separa.
Estamos todos no mesmo quadrado, com paredes invisiveis que nos impedem de sermos originais. As diversas linguagens une.
Abaixo o tabu das pequenas diferenças, Esperanto agora é pra valer.
A princezinha tem medo de escuro, de fechar os olhos. Ai o menino ensina que é fechando os olhos que a gente ve as estrelas. 

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