Se não tivesse o beijo ia ficar faltando mesmo.

As cenas finais da novela Amor a Vida foram tão bonitas e comoventes. O "novo" Felix tão amoroso e carinhoso. Os dois, ele e Nico, um casal tão apaixonado e dizendo coisas boas um para o outro, se não tivesse o beijo ia ficar estranho, faltando. Como eu havia lido que não haveria beijo, fiquei torcendo, e pensando: por que não se beijam! Que frescura tanta censura. O natural era o beijo mesmo. E nem foi a cena final. Até por que a vida continua ao invés de congelar, mesmo na ficção. Poético e dramático,  também aquele sol, iluminando Felix e seu pai. Novela linda.

E antes, a  morte de Aline,  a tragédia talvez esperada. Tal e qual uma militante terrorista, ela foi criada para praticar uma vingança radical em nome de alguma coisa que supunha ser "a" verdade. Lavagem cerebral desde pequena. Tanto que quando a tia diz que descobriu que não foi César quem mandou cortar os freios do carro que matou sua mãe,  Aline não volta atrás. Vai cumprir seu plano até o fim. Naquele condicionamento cego de ódio, que  mesmo não fazendo mais sentido, a moça já  não consegue raciocinar e reavaliar. Até nisso a novela foi interessante. Mostrando o que acontece com quem é condicionado  a viver para brigar por uma "causa" sem nem saber direito do que se trata....Uma causa que não é sua, mas de outros. Isso é  desperdiçar vidas. Como a da "vilã" da trama.

Enfim, mais uma vez parabenizo Walcyr Carrasco. Alguém me perguntou se ele deveria ir para a Academia Brasileira de Letras. Por que não? Quantos livros? Talvez uma coleção deles,  fazem uma novela.