29 janeiro 2014

A Menina que Roubava Livros- e Amava as Palavras. ( o filme)

  Estava lendo a lista de filmes preferidos da Roseane, a "Nutriane"do blog "Pavulagem da Ro ",  aqueles que ela já viu montes de vezes. São mesmo ótimos. Mas diferente dela, eu comentei, para mim uma vez basta.
Posso até ver por engano, se tiver esquecido o título, o enredo. Mas quando a história é muito marcante, em geral,  prefiro ficar com a primeira impressão. Não sei se você é como eu, ou como a Roseane. De um jeito ou de outro,  o fato é que filmes tem tudo a ver com a escrita. Eles vem de um roteiro original ou adaptado de um livro. São as palavras, bem colocadas ou não, que aparecem na tela. As vezes de forma mais criativa, o diretor supera o escritor . E as vezes nem chega perto, o autor é muito melhor.

É o caso dos livros de Jane Austin. A forma que ela escreve é tão linda, sua maneira de usar as palavras, de expressar  pensamentos é tão universal, tão atual, que quando vejo um filme com aquelas moças e suas saias de época, acho uma chatice. E quando leio os livros, posso imaginar o cenário que eu quiser. Mas principalmente, entro em contato com a maneira de  Austen pensar e ver a vida, genuinamente.

Ao contrário, dos filmes de Kubrick. Gosto muito  dos romances científicos de Arthur Clark. Mas fiquei totalmente estarrecida com 2001 e 2010 na concepção de Kubrick. O mesmo diria de "A Laranja Mecânica". O livro (não lembro o autor) é difícil de descer, pelo nível de agressividade, neurose e  patologia social. Mas o filme supera em sordidez. O visual das cenas de Kubrick é mais fabuloso do que a minha imaginação.

E tem os meus rejeitados , como "A Menina que Roubava Livros". Acho que não passei daquela capa, toda branca, cheia de neve. Somando ao fato de que estava nos primeiros lugares da lista de best-sellers,  comprei e deve ter ido para o "Book Crossing do Blogueiro", certamente.

Mas aí veio o filme. E ao ver o filme, desde o começo pensei: podia ter lido esse livro. Deve ser uma beleza. Talvez.  A combinação dos grandes atores Geoffrey Rush e Emily Watson e mais a presença da sensacional jovem atriz, Sophie Nelisse, traz uma singeleza a essa história triste, cujo panorama social é a Alemanha na segunda grande guerra. E o cenário mais específico, a residencia simples,  de um casal sem filhos, que acolhe uma menina de uns 11 anos, filha de uma comunista-também perseguida por Hitler. Em seguida, recebe um rapaz judeu, filho de um grande amigo deles. E o escondem em um porão.
                                              A atriz se transforma de uma menina a uma
                                                  mocinha ao longo do filme.

Como na linda , real e trágica história de Anne Frank., o filme "A Menina que Roubava Livros"  é a vida de uma mocinha, descobrindo o mundo em volta, o sentido de cada coisa, as diferentes pessoas e seus contextos. E seu amor incondicional pelos livros, as palavras, as histórias que se pode redigir, como um retrato falado da realidade vivida, numa Alemanha devastada pelo sofrimento,  que preferia estar alheia a  Hitler.
                                           Destruição, sofrimento, insegurança, os horrores da
                                           guerra para quem ficou de fora da bizarrice nazista

É daqueles filmes que mesmo contando um pouco, não interfere. Você pode assistir com tranquilidade, por que não saberá por aqui,  o fim da história. Até por que é o que menos interessa. O durante aquele momento contado, é o mais comovente e rico. Como vai terminar? Como terminam os filmes:"The End."

Quando acabei de assistir , estava tão emocionada, com cada detalhezinho daquela história de amor do humano pelo humano, daquela naturalidade de ser de cada um, que pensei logo na Roseane. Ah, amiga, esse acho que vou assistir novamente. Promessa que em geral não cumpro. Mas vale.
                                            Liesel e seu amigo Ruby:vontade de brincar e de
                                                           sorrir.

Pensei também em Tosquelles, o psiquiatra catalão,  que pegou a guerra na Espanha. Ele dizia que  guerras salvam as neuroses e até as psicoses. A guerra iguala médicos e pacientes.  Gente. A guerra tem o poder de mostrar sem disfarces,  a guilhotina sobre nossas cabeças. Frágeis  mortais. E por incrível que pareça, nada como esse contato de frente com a morte, para renovar  a vontade de viver. . Para dar sentido ao existir, ao invés da curiosidade pelo nada, e o nada desejar.  A guerra  impulsiona a refletir no sobre viver. A usar de força total, para ficar, restar, viver para contar.
                                         A personagem é uma grande leitora e grande escritora.

E "A Menina que Roubava Livros" tem esse tom. Literatura na tela. Mesmo que o livro não seja- e quem sou eu para julgar, se não li- o melhor dos escritos. Você, como eu, vai se emocionar com as palavras bem ditas de Liesel. A menina que roubava livros, mas depois os devolvia. Não sem antes extrair toda a beleza e sabedoria que podia,  em tempos tão áridos. Vale, e como vale,  o ingresso.
                                                    Os maravilhosos protagonistas.

(Imagens encontradas no Google, de divulgação do filme)

7 comentários:

  1. Anônimo11:46

    Camille querida, para mim o livro é sensacional. Um dos melhores que já li. Vou conferir o filme, obrigada pela dica. Bjs da Zoia

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  2. Olha só Zoia querida: julguei pela capa. Mas o filme é realmente maravilhoso. Vale mesmo.
    Bjosss

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  3. Louca para assistir!! Até falei no blog que realmente não é o livro mais original do mundo, mas ele prende a atenção e o trailer do filme está lindíssimo!!

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  4. Assista sim, que vale.Lindo mesmo. E grata pela visita e comentario, dona Bruxa do 203!

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  5. Anônimo23:44

    Filme belissimo, daqueles que a gente fica esperando pra comprar o dvd e assistir em casa num dia de chuva, ou de sol, ou de lua, ou de solidao, ou com companhia, com ou sem pipoca... imperdivel!

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  6. Quem escreveu aqui esqueceu de assinar, Tudo bem. Concordo, filme para assistir de qualquer maneira, até sem nada. Só eu e o filme. Ja esta valendo. Tem filmes que eu guardo, como se fosse livro. Esse é um deles. Tenho o DVD. Tks pelo comment anyway.

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  7. elvira16:30

    Eu só li o livro...se tem livro, gosto de ler o livro antes de assistir o filme. Na maioria das vezes perco um pouco do interesse no filme, medo de me decepcionar...acho. Mas vou ver, depois da tua opinião. ..bjos querida

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