Deixei de escrever tanto sobre cinema. Por um lado por que tenho visto menos filmes, por outro, por que encontrei um grupo no FB que só fala sobre isso. E assim minha cabeça de cinéfila pode funcionar numa troca rápida de idéias com gente que vê e viu muita coisa. Têm um arquivo mental gigante de roteiros, atores, remakes, prêmios e por aí vai. Mas ontem assisti um filmaço, desses que o enredo se torna inesquecível, por que a história é realmente humana, possível, terrível, mais humana ainda. Um filme que tem vida reconhecível ali, embora fale um bocado sobre a morte. E até por isso, também.
Chama-se “Monsieur Lazhar”. É de origem canadense e chegou a ficar entre os cinco indicados para o Oscar de melhor filme estrangeiro. Aí a gente se dá conta de como a “Academia” tem critérios bastante distintos para premiar a “prata da casa” e o filme que vem de fora. Ainda bem. Senão, teríamos uma pasteurização mundial daquilo que se considera um bom filme. E só nos restaria assistir aos completamente independentes, como os que vão ao Festival de Sundance, sem uma grande produtora de renome por trás. O resto ainda patina entre o quase igual e o um pouquinho diferente. O modo de fazer cinema –americano principalmente- tem insistido em ser sempre o mesmo no jeito de contar a história, apesar de um se passar em 1915 e o outro em 2022. Chatíssimo isso.
Mas aí aparece esse filme canadense, que tira o sono e a preguiça, e a gente passa a prestar atenção: não há efeitos especiais, grandes cenários, atores famosos. Assim fica mais parecido com a vida. E se consegue chegar bem de pertinho do drama:
Um argelino (a cara de um amigo meu, impressionante) passa por uma situação de extremo trauma familiar em seu país e decide viajar sozinho para o Canadá ( ponto)
Ao mesmo tempo em que, em alguma parte do Canadá, alunos de uma escola acabam de passar por uma situação de profundo terror: sua professora, que já vinha manifestando um quadro grave de depressão( por que não mandaram a mulher se tratar não é?) se mata, dentro da sala de aula, por enforcamento.
O filme começa então, com esse argelino, se oferecendo para ser o professor substituto naquela escola apavorada, cheia de crianças em choque, e nenhum candidato canadense ao cargo.
No meio da urgência , a diretora aceita esse homem, com a maior cara de gente boa, sem se dar muito conta do seu status de estrangeiro, legal ou ilegal, professor ou não.
E seja lá como for, ele passa a nos dar uma senhora aula do que é ser um mestre de verdade, como numa versão revisitada de “Sociedade dos Poetas Mortos” no sentido do lugar de transmissão de um saber, que o professor ocupa.
A interpretação desse ator, Mohamed Fellag, é primorosa, calma. Você percebe que o sujeito nasceu para aquilo: emprestar seu corpo e sua alma, dar vida aos personagens. As crianças que contracenam com ele são tão naturais, que parece que estamos espionando a vida dos outros. Que tudo é real. E tudo é real. Por que pode ser real. Esse é o modo sereno do diretor Philippe Falardeau contar uma história. Palmas para ele. Ali não tem ninguém charmoso, nem menino engraçadinho. É o requintadíssimo trabalho de fazer gente parecer com gente. E também por isso é genial. Imperdível. Para assistir sem medo de ser feliz. Ou infeliz.
Imagens de divulgação do filme encontradas no Google.
Eu quero ver esse filme.
ResponderExcluirTambém tenho visto pouco filmes no cinema. Ultimamente vendo filme antingos na tv.
Mas adoro rever filmes.
Você vai para a França? Serão apenas 9 dias? O clima por aqui está ameno. Traga roupa meia estação. Acho que não precisa usar chapéu ou touca pra se proteger do frio.
óculos de sol é bom, assim como protetor solar.
Bjks e boa viagem!
Obrigada querida,
ExcluirEstou pensando em levar roupas de uma cor so para nao ficar me preocupando com o que combina com o que. Preto e branco e roupa de jeans para os dias de clinica. Se fizer calor demais ou frio demais é que complica Por isso que acabo me enrolando com malas...
Muito obrigada pelas dicas la e aqui. Vou começar a fazer minha malinha de cremes e removedor de esmalte, dessa vez.
Esse filme vale a pena. É um pouco triste, nao é um dramalhao apesar de abordar alguns temas dificeis. Mas justamente mostra a capacidade de superação quando se foca nas coisas ao inves de colocar a poeira pra baixo do tapete...
Voce vai gostar bastante eu acho. Adorei o filme.
Beijos e boa semana!
Cam nunca tinha ouvido falar desse filme. Aliás faz séculos que não piso em uma sala de cinema. Estou recebendo seus comentários nos links ao invés do campo comentários. :/
ResponderExcluirBig Beijos
Como assim nos links ao inves de comentarios? Hoje nao consegui comentar no seu blog. É isso? Alguma coisa eu fiz errado ne? A minha cara isso. Vou ver o que é. Ficou tao estranho que nao tinha nem como eu avisar que estava com problema. Voce tem fb? Bjos
ExcluirCam, vi o trailler no you tube e deve ser um filme muito bom.
ResponderExcluirVou dar uma olhada por aqui.
Bjos e boa semana
Voce vai adorar esse filme. Ainda mais sendo pedagoga e questionando as formas de ensinar. Esse é o ponyo alto do filme, o drama aparece como forma de superar o drama, de se conseguir viver apesar dele e viver bem, sem depresao.
ResponderExcluirBeijos e bom dia!
fiquei curiosa, vc sabe q eu sempre gosto de ver filmes de vários países. estou lendo um livro q a autora foi fazer um intercâmbio no canadá. anotado o filme. beijos, pedrita
ResponderExcluirEsse é tudo de bom, pode ver sem susto. Bjos
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