14 março 2011
Raw Food- Crudismo. Um jeito interessante de estocar no final dos tempos?
Fiz um curso de três dias com a americana Kristin Slaby. Dessa vez buscava dietas que curam, respostas positivas para males diversos e não propriamente um novo caminho da gastronomia. Ao contrário, estava um pouco resistente a essas aulas por que sabia que a nova aprendizagem colocaria por terra ou pelo menos em questão tudo que eu havia aprendido anteriormente sobre a gastronomia francesa e mesmo a gastronomia global, contemporânea. Mas tomei coragem e fui.
Como também já fui bem mais fundo inclusive na Macrobiótica. Dieta pela qual tenho o maior respeito e levo em alta consideração. Até por que já experimentei esse estilo de vida de forma radical em um momento bastante crítico de saúde. E sei o quanto se fica bem disposto, confiante e tranquilo com a macrô.
Vou explicar o que entendi: a comida crua, crudeísmo ou raw food, é uma dieta bastante estrita, mas também saborosa. Grande parte dos alimentos não é cozida nem crua- é desidratada em um aparelhinho que gasta pouca energia elétrica ( o equivalente a uma lampada de 60 watts pesquisou uma colega) pastas feitas com um mix bem nutritivo de alimentos processados como- pimentões, alho, tamaras, brotos de grãos e muito mais, que ficam desidratando por mais de oito horas. Claro que perguntei se não seria possível obter o mesmo resultado com a energia solar. Possível é. Mas a professora não havia feito ainda essa experiência.
Kristin contou que começou a se interessar por esse tipo de alimentação quando seus pais envelheceram e ficaram doentes. Ela foi atrás da cura. E encontrou um estilo de vida completo: sua apostila sugere que aprendamos a respirar bem, a fazer yoga, a sermos mais suaves, a caminharmos mais. A nos preocuparmos com a ecologia do mundo. Nossa ecologia interna depende completamente da ecologia do mundo.
Saí dali mais atenta e mais preocupada com o mundo inteiro. Percebendo o quanto fui desligada a maior parte do tempo. Se tivéssemos de fato a dimenção do quanto o mundo está na corda bamba por nossa total responsabilidade, abraçaríamos minimamente que fosse, alguma causa para tentar preservá-lo.
Quero estar mais atenta por exemplo, a questão da fome mundial. O quanto desperdiçamos de alimentos, agua, recursos naturais de todo tipo. Até o oxigenio está sendo negligenciado por nós. Precisamos comer carne? Não precisamos. Os brotos que germinam dos grãos são mais fortes do que qualquer filé mignon. Fora o fato de que por que comemos tantos bifinhos, temos cada vez menos florestas que são abatidas para fazer pastos.
Well, well...hell? Talvez cheguemos lá rapidinho graças a nossa própria displicência com esse planeta chamado Terra. "Por mais distante, o errante navegante"...
Hoje fiz um jantar delicioso para minha filha e eu. Sopa de lentilha com cenoura, arroz integral, beringela, brócolis e cebola grelhados, com molho de gengibre, mel, azeite balsamico e choyo reduzidos. Como a raw food? Não, bem diferente, também consciente e saboroso. A comida crua ou desidratada pode ser aquecida até no máximo 42 graus. Um calor maior destrói as enzimas. Ou seja, tira aquilo que de fato é o mais importante para o organismo. Como diz uma amiga minha genial, a Silvia, " o cérebro é capaz de contabilizar enzimas, mas não é capaz de contabilizar calorias. Ou seja: se você comer 3 fatias de bolo com sorvete e calda, com 800 calorias cada porção, dali a meia hora vai estar com fome novamente. Ao passo que, se comer uma única barrinha com as enzimas em boa combinação, vai saciar seu apetite por muitas horas. Interessante? Vocês não imaginam o quanto.
Aprendi que esses sucos que eu e Anna Luiza temos tomado, são alimentos cheios de vida. Frutas estão em permanente transformação e renascem delas mesmas, de suas sementes. Planta um pão com manteiga para ver o que vai brotar...Está bem, fui cruel: quem não ama um pãozinho saído do forno com uma manteiga da boa?
Mas chega um momento que é preciso abrir mão de velhos hábitos e ter uma nova atitude consigo mesmo e com o mundo. Como disse o Alê, nosso amigo blogueiro que vive no Japão ( blog Lost in Japan, lindo , sensível e extremamente bem cuidado, como um bonsai): parece que 2012 chegou.
Parece mesmo. Antes minha visão de holocausto era Anne Frank escondida com a família, comendo alface podre, como ela conta em seu emocionante diário. Uma jóia preciosa aquela criatura. Mas hoje, com as imagens da serra do Rio de Janeiro ainda na cabeça e todo o noticiário- e vejam bem que sorte a nossa, brasileiros- no noticiário. Por enquanto o terremoto e o tsunami, só do outro lado do planeta. Naquele país que vai dormir na hora que a gente levanta e que tanta contribuição deu ao mundo. Só para citar uma: a Macrobiótica se originou na China, mas se tornou um método alimentar perfeito, no Japão.
Enfim, parece que estamos chegando ao fim do túnel. E pode ser que aquela luzinha que a gente avista seja simplesmente uma explosão nuclear. Vamos abrir os olhos. Eu pelo menos, estou passada de verdade.
Agradeço por existir por mais um dia. E sugiro que todos nós possamos nos alimentar segundo princípios mais ecológicos. Corpo mais capaz. Mundo mais equilibrado. E certamente, maior robustez na alma. ( na foto Kristin Slaby -com um biscoito de gengibre- delicioso. Clicada pelo Camélia de Pedra)
10 comentários:
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Cam, por aqui se come muito os alimentos crus ou mau cozido como diz o brasileiro. Imagina vc que as criancas levam em suas merendeiras, os legumes crus como: pepino, pimentoes coloridos, um tipo parecido com xuxu, cenoura, maca, pera. As criancas daqui nao levam nenhum tipo de doce para a pausa na escola.
ResponderExcluirEu mudei bem meu tipo alimentar depois que vim prá cá. Aprendi muita coisa boa. Fora o quê, adoro o meu suco verde que bebo 3 vezes na semana.
Olha, mas vc nao leu o meu post? Nele escrevi o país onde estávamos e a cidade. Hum!
Bjao
Carissima, dei muita risada aqui imaginando alguém plantando um pão com manteiga. kkkkkkkkkkk
ResponderExcluirEnfim, eu sou suspeita pra falar desas coisas porque pra mim frutas e verduras são minhas melhores amigas. kkk Eu só preciso de chocolate de vez enquando, mas não reclamo disso não porque ninguém é perfeito e eu nunca tive essa prentensão. kkkkkkkkkkkkkkkk
Agora, o divertido fica por conta dos olhares de espanto quando descobrem que eu sou vegetariana (e olha que nem sou das masi radicais) como um peixinho vez ou outra, mas já estou recusando ele também. E as pessoas perguntam "vc nunca comeu carne? Que absurdo". Na última vez, eu já estava cansada dessa bobagem e retalhei "a senhora já comeu carne? Eca, que absurdo". kkkkkkkkkkkkkkkkk
Indescritível a cara da infeliz.
bacio
preciso chegar a seu nivel…rs
ResponderExcluirOi Camille.
ResponderExcluirNuma época em que muito se fala sobre a necessidade de preservar o meio ambiente, mas pouco se faz neste sentido, você é um exemplo vivo de respeito à natureza. É louvável o teu empenho em unir os benefícios pessoais decorrentes de uma alimentação sadia, com as consequências igualmente salutares para o planeta. Se todos fossem iguais a você - inclusive eu - o mundo seria um lugar melhor.
O fato de transmitir teus conhecimentos e estimular outros a seguir a mesma trilha é, também, digno de louvor. A Mãe Terra agradece.
***
Ontem vi O Turista, com a Angelina e o Johnny. Concordo com a tua avaliação: dá pra assistir, distrai. Angelina e bela e Veneza também. Que luxo aquele hotel. Uau.
Beijo.
***
PS: lendo o teu post descobri porque por vezes como muito e continuo com fome: excesso de calorias e carência de enzimas. Preciso modificar meus hábitos alimentares.
Bonita a tua busca (juntamente a teu conhecimento sobre os temas), mas sempre acho radical excluir-se qualquer coisa do mundo: banimento às carnes?! Não... Viva o bife! Mas, claro, dentro de atitudes repensadas e reconfiguradas aos novos tempos... Nada contra o "politicamente correto": este só não pode virar unanimidade - pois, como diria aquele dramaturgo, aí vira burrice! Abração, minha cara (e suave) Camille (e orbigado pelo lindo comentário do 'post' de carnaval)!
ResponderExcluirCam, está escrito no comentario do Allan que colei no post. Ele fala o país e a cidade. Estive na Turquia na cidade de Side. Vê lá se agora vc acha, rs.
ResponderExcluirBjao
Cam o seu blog é sempre um campo minado de bons aprendizados. Por esta e outras é que eu virei fã incondicional. Obrigada por seu carinho em não esquecer de visitar o meu Cotidiano. Bjs querida!
ResponderExcluirGente confesso: detesto bife. Para mim fica mais facil, nao é sacrificio nao comer carne. Foi sacrificio quando fui obrigada a comer uns bifes na teoria do "colesterol" que foi furadissima.
ResponderExcluirZany, adoro teu blog.
Georgia, na Turkia!!!Que legal, tem um resorts de luxo la ne? Vi na tv. Todo mundo que vai volta encantado. Vou olhar pela tERceira vez hein? Hum! Aiaai!!!
Quero ver se acho essa praia tal la!
Beijos da Cam
Uau, Camille, li teu post sofregamente como se estivesse comendo um suculento bife. kkk
ResponderExcluirBrincadeirinha! Mas, eu nem sou chegada à carnes, principalmente a vermelha, portanto até seria fácil deixar de comê-las, mas virar totalmente vegetariana acho que não conseguiria e um pãozinho com manteiga à tarde ou um bolo de chocolate ainda são minhas eternas tentações.
Bem, diante disso, estou dando uma dentada enorme numa maçã agora.
beijinhos cariocas
eu aboli completamente carne, leite e ovos a minha alimentação, resultado: saude melhor, cabelo e pele mais bonitos, olhos mais brilhantes, sou mais leve nao so de peso mas de figado e estomago, e a coisa mais importante para mim: nao sou mais cúmplice das torturas que os animais tem que aguentar por toda a vida deles. Os animais são cortados vivos, vivem em cubículos, sofrem torturas porque muitas pessoas que trabalham nos matadouros sentem prazer em torturar os animais, e além disso muitos animais são jogados na água fervente para tirar o pelo (principalmente o porco), e muitas vezes ainda são vivos porque a industria tem pressa. Eu não sou mais cúmplice desse sistema.
ResponderExcluirComo adoeço muito menos tomo muito menos remédios e entao salvo indiretamente animais de laboratórios....
Não sou perfeita porque vivo em um mundo imperfeito onde tudo é testado nos animais , mas a minha contribuição não falta!!
Ana Maria, Brasilia