06 março 2011
Além da vida, o filme, pergunta: existe vida após a morte? Existe morte após a vida?
Além da Vida, a peça de Teatro brasileira, completou 25 anos em 2009. São textos espíritas compilados, com uma excelente carga dramática, continuamente encenados por bons atores espíritas, como o saudoso e muito engraçado também, Felipe Carone. O Brasil com sua pluralidade de crenças coexistindo pacificamente, encara os fatos da vida e para além dessa vida, com uma naturalidade maior que os outros países, penso eu. Assim é que no mesmo ano em que circula o "nosso" "Nosso Lar", também roda o mundo "Além da Vida" de Clint Eastwood. Um roteiro que conta a história de um menino que perdeu o irmão gêmeo, uma jornalista francesa que quase morreu no Tsunami da Indonésia e assim chegou até o lado de lá e pode retornar e contar. E um paranormal, capaz de se conectar, de fazer uma ponte entre esse lugar além e o aqui e agora. Bonito o filme, enxuto, sem firulas e dando conta do recado a ser dado. Cara do Clint mesmo. É ai que a gente vê a grande diferença de maturidade pessoal, ao assistir "Além da Vida" e "Chico Xavier ", dirigido por Daniel Filho. Não gostei do dedo do Daniel e já expressei aqui. Sem comentários a mais.
Mas posso me alongar nessa conversa interessante.
Até meu pediatra era parapsicólogo e falar de Espiritismo, poder da mente, viagem astral, mundos paralelos e outros tantos temas correlacionados, era coisa comum na minha infância. Uma vez que meu pediatra era tb amigo de meus pais, super interessados no assunto. E nem sei quantas vezes, passei noites no meu quarto, escutando histórias fantásticas vindas da sala de jantar, curiosa e tranquilamente. Quanto mais o medo e o preconceito, mais frescura se acopla ao tema, por isso tem tanto filme de "terror" idiota. Existe ou não morte apos a vida? Existe vida após a morte? Veja que são perguntas distintas embora pareçam a mesma coisa. A primeira pressupõe que, tudo é uma grande continuidade. A segunda, que a vida finda sim, e que poderá haver uma outra vida após a morte. Conceitos bem diferentes. Meu pediatra acreditava na imortalidade da mente, vamos dizer assim. Dizia ele que, uma mente forte, desenvolvida, poderia num outro plano de existencia ter vontade própria, memória, se locomover e se comunicar sem ter que ser necessáriamente uma "alma penada" presa a essa vida de carne e osso aqui por "apego".
Enfim, existem muitas teorias. Mas todas elas vão desaguar num mesmo ponto: o que há para o "lado de lá" que daqui não conseguimos enxergar?
Chico Xavier chamava de "Nosso Lar". E que coisa poética aquele filme que mata a cobra e mostra o pau, de fato. Assume até as ultimas consequencias aquilo em que se acredita. Um filme cheio de certezas. Já o filme de Clint é investigativo, embora afirme a existência de um outro plano, na maior parte do tempo. Estamos evoluindo no sentido de olhar e ver. Está bem na hora mesmo. Talvez na última hora. Mas com otimismo, estamos em tempo.
Por falar em evolução, hoje levei minha filha, ou fui levada por ela, para ver uma nova versão de "Os Saltimbancos", com uma mistura boa de algumas trilhas sonoras de Chico Buarque e Edu Lobo. A evoluçao está no fato de que vi, 8 atores, quatro mulheres e quatro homens, cantando e bem. Com aquele vozeirão que a gente pensa que só os atores da Broadway tem. E dançando tb, alguns deles. Boa. Chega de coreografiazinha de fundo de quintal, criança merece respeito. E essa troupe mostrou que sabe disso. No mais, só sei que nada sei. Mas continuo procurando aprender. ( poster de divulgaçao do filme encontrado no Google)
3 comentários:
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Esse tema sempre me deixou em dúvida e comecei a pensar nele a partir do filme "Além da eternidade" cuja trilha sonora é um deleite. Amo.
ResponderExcluirEnfim, no filme o personagem principal, interpretado por Richard Drauffuss (sei lá se é assim que se escreve o nome da criatura) morre e não consegue se desprender da matéria, chegando ao absurdo de não deixar sua namorada dar continuidade em sua vida. Claro que em determinado momento ele percebe que acabou e que precisa seguir em frente e tem aquele encontro a la Ghost com a namorada e a doida aqui chorou feito uma boba (preciso dizer que estou com os olhos cheios de água agora mesmo? Não, eu sei) e ele vai embora e ela se apaixona por um outro cara.
Então, desde então passei a questionar o tema que antes não tinha espaço em mim de forma alguma. Não sou espirita e nem consigo acreditar em todos os caminhos apontados pelo espiritismo. O maior contraponto meu é Jesus que foi literalmente "enfiado" nessa filosofia Kardeciana. Enfim, estudei, pesquisei e não me convenci.
Assim como tantas outras religiões não me convencem com suas ideologia de só o meu caminho salva. Aff. Isso me irrita.
Respeito, mas não suporto as abordagens.
Enfim, eu acredito no poder da mente tal e qual o seu pediatra e por isso acho que tudo é possível, basta acreditar. Então se você acredita logo é possível. Não vou muito além disso não. Pelo menos não hoje. rs
bacio carissima e bom carnaval pra vc
Bela postagem, minha cara: deslizaste como uma boa alma por entre lá e cá sem pisar em ovos e, ao mesmo tempo, dando nomes e botando pingos nos 'is'! Porque o teu pediatra (e parapsicólogo) tem razão, você tem a sua (muito bem fundamentada), o Eastwood tem a dele (bem redondinha e com música triste de fundo, sem seu pianinho...), eu, a minha, e, num cômputo geral, é dessa soma que surgirá um "nosso lar" belo e de ajustes do que, neste mundo, deixamos perder... Grande abraço!
ResponderExcluirFeliz dia internacional da mulher.
ResponderExcluirBig Beijos