10 outubro 2010

Você conhece a importancia da Maçonaria na aboliçao da escravatura no Brasil?




O Blog Camélia de Pedra tem o prazer de apresentar mais uma vez, um capitulo do livro: O MENINO DE MASSANGANA. Já lançado e esgotado no Rio de Janeiro e com lançamentos previstos em São Paulo e outros Estados do Brasil.

É pela primeira vez em uma biografia de Joaquim Nabuco, que é aberto um capítulo para a Maçonaria. Em seu livro “O Menino de Massangana”, Sonia Sales, descreve a ação dos abolicionistas maçons. Deixo aqui registrado, não só a admiração pela grande escritora e pesquisadora, Sonia Sales, como também por toda a cultura, a ética e o sentido de comunidade da fraternidade Maçônica. A esse grupo todo o respeito desse blog.



OS ABOLICIONISTAS E A MAÇONARIA ( por Sonia Sales)

Joaquim Nabuco costumava enumerar os abolicionistas que na categoria de chefes políticos pró-Abolição tiveram uma atuação decisiva:

Dantas, João Alfredo e Antonio Prado.

Entre 1879 e 1880 um grupo homogêneo havia se formado, a nossa pequena igreja, como dizia Nabuco, integrada por André Rebouças, Gusmão Lobo e Joaquim Serra.

Outra Igreja era composta por José do Patrocínio, Ferreira Menezes, Vicente Souza, Nicolau Moreira e João Clapp.

De 1879 a 1888, brilharam Jerônimo Sodré e os companheiros de Nabuco na Câmara: Manoel Pedro, Correia Rabello e Sancho de Barros Pimentel.

Pedreiros Livres irmanados no mesmo ideal.

A Maçonaria teve preponderante ação em prol da Abolição, considerando-se que: Nabuco de Araujo, Joaquim Nabuco, José do Patrocínio, Rui Barbosa, Souza Dantas, Luís Gama, Quintino Bocaiúva, Nicolau Moreira(presidente da Sociedade Brasileira Contra a Escravidão), Castro Alves, Barão do Rio Branco, Pimenta Bueno, Tristão de Alencar, Teófilo Ottoni e Bernardino de Campos eram maçons. Em São Paulo chefiava a campanha, o maçom Antonio Bento de Souza Andrade, e no Ceará, a campanha era liderada por Antonio Bezerra de Menezes, também maçom. Em Manaus a loja Amazonas pôs a disposição da província todos os seus metais. 12º grão-mestre da ordem, Marechal Deodoro da Fonseca, recusou-se a colocar os presos na rua para conter os escravos que gritavam pela abolição, sendo o portador da mensagem do Clube Militar, com este pedido à princesa regente. A filantropia naquele período era encaminhada para a libertação dos escravos e o Grande Oriente autorizava uma despesa para este fim.

A Sociedade dos Pedreiros Livres foi a primeira instituição a

atender, com coragem, o apelo dos negros. Já em 1826 o célebre maçom José Clemente Pereira apresentava um projeto pelo qual o comércio de escravos devia acabar em todo o Brasil no último dia de dezembro de 1840. Este projeto foi transformado em lei em 1845. A lei de 1850 que proibiu o tráfico era de autoria do maçom Senador Eusébio de Queirós, membro da loja Regeneração, de Niterói. A Lei do Ventre Livre é de autoria do grão-mestre do Grande Oriente do Brasil, Visconde do Rio Branco.

Em março de 1879 uma comissão de veneráveis entregava ao Visconde do Rio Branco cartas de alforria de dez escravos. Ezequiel S. Menezes, escritor maçônico cearense, informava que:

Lojas foram fundadas com o objetivo único da

Libertação dos escravos, estipulando no artigo primeiro

de seus estatutos que nenhum maçom pertencente aos

seus quadros poderia possuir escravos.

No auge da campanha abolicionista, Rio Branco estava ainda indeciso, mas a loja maçônica Fé, de Assunção, no Paraguai, homenageando-o quando foi eleito grão-mestre do Grande Oriente no Brasil, realizou sessão magna em sua honra, na qual o grande maçom Filipe Nery, em belo discurso, pressionou-o para que defendesse a causa dos negros escravos.

...Vossas luzes e vosso estremecido patriotismo podem

fazer com que para esses infelizes raie também o sol da

liberdade. É uma empresa digna das vossas virtudes patrióticas

e de vossos sentimentos generosos.

Rio Branco respondeu-lhe:

Pela minha parte asseguro solenemente, que empenharei

todas as minhas forças para que triunfe essa causa, que

é a causa da humanidade.

E cumpriu a promessa. (fotos: capa do livro de Sonia Sales)

9 comentários:

  1. Boa aula de história. Eu não sabia disso.
    BOm domingo!
    Bjks

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  2. Anônimo14:25

    Bela aula de história Cam! Já leu aquele livro O símbolo perdido do Dan Brown? Fala justamente sobre maçonaria.
    Big Beijos

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  3. Oi, Camille!
    Eu já tinha ouvido sobre este fato e aliás, muitas outras coisas a maçonaria sempre esteve presente.
    É uma instituição muito antiga mesmo.
    Interessante você trazer este tema para o blog e conhecimento das pessoas.
    beijos cariocas

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  4. Oi Cam! Estou curiosa para ler essa biografia. Mais do que justo o holofote a quem, de fato, merece ser o centro das atenções. Quanto aos maçons, já tinha lido sobre a sua influência nas decisões políticas de cunho positivista em nosso país. Obrigada por nos apresentar um pouco da nossa própria raiz! Beijocas, Deia.

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  5. A maçonaria sempre esteve presente na Historia do Brasil, bem antes da proclamação da República, até mesmo antes da independencia do Brasil! Sabe que a Inconfidência Mineira foi toda arquitetada por maçons! Engraçado saber que os "meninos", iniciados na maçonaria francesa, chegaram da Europa e influenciados pela Revolução Francesa e Independencia dos Estados Unidos da América do Norte, almejavam a libertação do Brasil dos altos impostos pagos à Portugal. Tanta coisa que a "História oficial do Brasil" não conta! Pois a História da maçonaria se confunde com a História do Brasil! Veja a lista de maçons que se destacaram nesta época a que Sônia se refere: Américo Brasiliense, Américo de Campos, Luis Gama, Francisco Glicério, José do Patrocínio, Joaquim Nabuco, Quintino Bocaiúva, Silva Jardim, Ubaldino do Amaral, Rui Barbosa, Pimenta Bueno, Jerônimo Teixeira, José Leite Penteado... tem outros! (rs*)
    Eu tenho um primo que vai adorar esse livro da Sônia Sales.
    Boa semana! Beijus,

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  6. Muito interessante, Camille.
    Dois tios do meu marido são maçons, mas tenho pouco conhecimento.
    Gostei demais do post. Obrigada pela aula.

    Bjs no coração!

    Nilce

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  7. A história do Barao de Mauá, conta muito bem.

    Tô querendo ler esse livro...

    Boa semana

    Um bjao

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  8. Anônimo18:57

    A Maçonaria teve grande importância também para a independência dos EUA. Agora....deveria avisar os fanáticos evangélicos pentecostais e neopentecostais que usam de um discurso fascista, hitlerista de que a Maçonaria é uma instituição satânica. Escrevem bobagem à respeito. Um desrespeito com as figuras históricas que tanto fizeram pelo Brasil. Alguém precisa falar.

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  9. A historia não conta detalhadamente, porque não era de interêsse que soubessem que a Maçonaria estava por trás de todos os movimentos a favor da Independência do Brasil, da Libertação dos Escravos e da Criação da República. A Independência do Brasil foi feita dentro de uma reunião Maçonica, onde D.Pedro II, que havia sido iniciado na ordem, em seguida passou por todos os graus e chegou em pouco tempo a Grão Mestre Geral do Grande Oriente Maçonico do Brasil... depois de tudo assinado em Loja, precisavam despistar o Governo Português, e espalharam que D.Pedro II na Margem do Rio Ipiranga deu o Grito da Independência, sem espalhar que na realidade tinha sido feita dentro de uma Loja Maçonica, conforme consta da ata da Reunião que se acha guardada a 7 chaves no Grande Oriente do Brasil, da Maçonaria antiga e aceita.

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