26 março 2010

Apague as luzes ( o último a sair) e feche a porta: como sobreviver à humanidade?


Amanhã o planeta estará mobilizado. Ou uma parte dele, a que pensa. Mesmo assim, olhe em volta, não parece a você que a humanidade se extinguirá de uma maneira ou de outra? Pode não morrer de sede ou morrer de fome, como diz a letra da música. Mas um jeito de sumir do mapa há de dar. Por que vem se esforçando nesse sentido. Ou, não se esforçando em sentido contrário, pela vida.
Hoje estou triste por relembrar o caso da menina Isabella. Não tenho nada para dizer sobre isso. Mas sinto nas entranhas uma espécie de nó. A justiça dos homens pode ser feita, mas nada vai reparar esse mal, o sofrimento da criança, a morte, a dor da mãe, essa sensação de que a humanidade é desumana. Não presta. É a mesma sensação diante de um Diário de Anne Frank. Estarrecedor o que o tal do Homem (hOMEM) consegue fazer a sua própria espécie. Sendo ela ainda por cima sua prole. Ou não. Aqui eu trato de generalizar, por que essa pequena(diante da população mundial é um microcosmo) história monstruosa me constrange muito mesmo. Sinto vergonha de pertencer a essa espécie.
Aliás, acho que já falei isso num blog: escutei uma vez na faculdade, que a morte daquele menino que foi arrastado por um automóvel durante um assalto, gerou grupos de discussão entre psicanalistas e advogados, nos "porões" de uma universidade pública e famosa nesse Estado. O debate consistia na hipótese de existir uma "nova espécie" menos humana. E olha que escutei isso da boca de uma psicanalista "lacaniana". Fala sério pessoal, que ingenuidade é essa? Que bobageira, francamente, é essa? Que falta de cultura geral. E que vontade adolescente de mudar o mundo. Bem intensionada a idéia, mas bem bobinha. A humanidade é isso aí. Também. Igual Coca-Cola. Efervecente e causadora de úlcera. Capaz de deixar um mármore branquinho de tão corrosiva que é.
Naquela época eu apenas disse: através de estudos antropológicos que observavam tribos primitivas e canibais, descobriu-se que determinadas tribos comiam seu semelhante por acreditar que, justamente que não era semelhante. Se fosse de fora da tribo, o homenzinho era considerado um bicho como outro qualquer. Uma caça, um jantar. E quem foi que disse que essas gangs não se consideram tribos fechadas, distantes, diferentes dos demais animais? É possível. E aí, dane-se o resto. A professora achou bem plausível a "minha" teoria. Bah.
E quando eu vejo essa tragédia de violência doméstica tão brutal, aí então é que não me lembro nem de algum estudo antropológico. E nem quero me lembrar. Só quero encontrar a porta de saída. Uma nave espacial que me leve. Um jeito de ser abduzida. Talvez doa menos do que a constatação de que a humanidade está na véspera do seu fim. Quem sabe por tédio, por que já viveu demais sempre do mesmo jeito. Virou vampira. E agora, ou muda para uma nova coisa, mas muito nova mesmo. Ou será mudada, voltará ao pó. Desculpe o desabafo. Mas amanhã eu apago a luz sim, mas não vou tapar o sol com a peneira. É também por vergonha de pertencer a nossa espécie.(imagem encontrada em pesquisa no Google, sobre o tema "escuridão")

4 comentários:

  1. Essa expressão eu escutava muito quando morava em Brasília. Pois é o casa da menina Isabela é muito triste. Bom findi!!! Bjks

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  2. Concordo com sua teoria, tribos hostis não gostam de estranhos em seu reduto e fazem de tudo para elimina-los. Entendo como tribo, qualquer grupo, que pode ser religioso, um Estado, ou mesmo primatas.

    Apagarei as luzes amanhã, não é a sulução, mas já é um começo.

    Bom fim de semana

    bj

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  3. Oi Camille.
    Não lembro quem disse que o homem nasce bom e a sociedade o corrompe ou o perverte. Estou começando a achar o contrário: o homem nasce mau e a sociedade tentar conter esta maldade inata através de mecanismos repressores. Infelizmente, a besta-fera está cada vez mais rebelde.

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  4. Cam, aqui todo dia é dia de apagar as luzes. Saiu de um cômodo esqueceu. A mae grita: Quem está na cozinha? Quem foi o últimos? Tem que ser uma constante...

    Quanto a esses casos da sociedade: Maldito é o homem que confia em outro homem. Ninguém pode confiar em ninguém e concordo contigo viu.

    Um beijao

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