Quando comecei a escrever meu primero blog Camélia de Pedra”, há mais ou menos uns 5 anos atrás, minha motivação foi um crime que aconteceu num condomínio, na Barra da Tijuca, quando foi assassinado um casal. O marido, um alto executivo da Shell. Nada na casa havia sido aparentemente roubado, por que encontraram o relógio do homem na cabeceira e dinheiro dentro de uma valise. Como se esse fosse o único interesse para um roubo na casa de um executivo de multinacional que provavelmente conhece segredos da empresa, estratégias de mercado contra a concorrência, etc. Me espantou na época, com que facilidade o então governador Antony Garotinho acusou os três filhos do casal: um de 13, um de 10 e um de 4 anos, do crime. E não deixou essas crianças partirem ao encontro de seus parentes nos Estados Unidos, antes do assassinato ser esclarecido. Me lembro que a menina pequena acordou a noite e com os pais já mortos, deitou ao lado deles, numa “lama marrom” Levantou de manhã a pequena banhada em sangue enquanto seus pais “continuavam dormindo”. E isso pareceu uma atitude muito suspeita para as “autoridades”. Na época eu dizia que a segurança púlbica sofria de “rigidez cadavérica” e que se chamasse o Gilberto Braga, no ar com uma novela e um assassinato de grande ibope, para desvendar o crime. Daí me ocorreu esse nome, Camélia, pela sensibilidade da flor que escurece a um simples toque. E de pedra, em contraposição a tanta sensibilidade, a dureza da vida.
Hoje olho para esse caso da menina Isabela, que aparentemente foi assassinada pelo pai e a madrasta e mesmo com tantas evidencias, não se consegue ainda desvendar o crime. Parece até que a própria cultura, a sociedade, a policia, precisam de um tempo para “repetir e elaborar”. Dá para entender. E não se pode condenar alguém sem ter toda a certeza. Quem sabe um E.T. baixou ali e maltratou aquela criança até a morte? Quem gritava pára papai, pára papai! Que os vizinhos escutaram e contaram nos primeiros depoimentos? Será que era a menina ainda viva, ou irmãozinho de 3 anos, idade em que a criança já compreende, ou pelo menos intui, quando a brutalidade acontece a sua frente?
Há 18 anos atrás, quando comecei na publicidade, minha primeira campanha, ainda durante o estágio numa mega importante agencia de São Paulo, foi sobre violência domestica contra crianças, li muito a respeito. De como as pessoas de classe AA também fazem parte desse grupo de pais que espancam e maltratam. E pedia a denuncia, sempre que se escutasse ou visse qualquer movimento suspeito. Pena que era só um estágio e aquilo era um exercício. Devia ter lutado por essa causa.
No ano passado,tive que fazer uma aula- para completar o currriculo de Psicologia- de Psicologia em Saúde, com os alunos de Fisioterapia e Enfermagem. O professor ensinava a reconhecer os casos de violência contra criança e como agir em consultório. Contou a história por exemplo de uma menininha de 5 anos, que não queria tirar a meia calça para ser examinada, de jeito nenhum e sua mãe nada fazia para ajudar. Ele então pega um copo de suco e joga nas pernas da menina, obrigando a mãe a tomar providencias. Ao tirar finalmente a meia calça molhada, ele viu as marcas fortes de ferro quente de passar roupa,”tatuados” nas duas perninhas. Todo mundo chorou.
É o caso de se levantar uma bandeira, pela não violência doméstica de jeito nenhum. Contra crianças, pior ainda. Eu sei o que é ser abusada. Descobri isso na minha vida adulta, meus pais jamais me bateram. E uma criança não tem como se defender, pedir ajuda, fazer B.O. , se precaver, sair de casa, denunciar. Vamos blogueiros, ao invés de uma blogagem coletiva que dure um dia apenas. Vamos fazer uma campanha de longo prazo? Aceito adesões e sugestões.
E que o espírito dessa menina Isabela, esteja em paz.
Boa semana,
Cam
27 abril 2008
8 comentários:
COMENTE, DÊ A SUA OPINIÃO. Você é a pessoa mais importante para quem escreve um blog: aquela que lê, que gosta ou não gosta, e DIALOGA.
Bem vindas. Bem vindos. Você pode comentar, escrever seu nome e para facilitar, clicar na opção "anonimo", ou pode se inscrever e comentar. Acho a opção, que se coloca o nome e uma forma de contato, + a opçao anonimo, VALIDA. Grata e aguardo seu comentário.
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Amiga esse tá sendo um caso realmente assustador.
ResponderExcluirPensar que o pp pai fez isso com a filha doi, é cruel demais...mas nós sabemso que os er humano é capaz sim de fazer isso e até mais.
Um bjão!
Queridíssima, eu aceito fazer parte de uma campanha conta a violência doméstica sim...eu tb fico para lá de arrasada com coisas como essa que aconteceu com a Isabella. Quanto ao seu post aí de baixo é sempre bom ter cuidado porque infelizmente a inveja, energia negativa ou o que for vem justamente de quem a genet menos espera...eu mesma só aprendo isso depois de apanhar muito com pessoas que eu confiava cegamente! Um cheiro enorme, saudades de tu.
ResponderExcluirNo meio de tantos fatos não esclarecidos tem uma menininha solitária e morta, sem direito de descansar em paz.
ResponderExcluirHá de ser feita alguma coisa para amenizar dores e sacrifícios contra inocentes.
bjs
Oi Camille!
ResponderExcluirRealmente é um assunto sério e como tal deve ser tratado. A "espetacularização" desse caso já passou dos limites, mas ninguém parece notar.
Gostei da idéia da blogagem.
beijos moça e boa semana,
ela está em paz. Tenho certeza... quem ficou aqui é que nao está!!!
ResponderExcluirNao lembro desse caso do executivo da Shell!! Ai que dor... meu filho vim pra minha cama e eu está morta!!!
A idéia da campanha contra a violência infantil me agrada e muito! Conte comigo!
ResponderExcluirBeijinhosssss
Camille,
ResponderExcluiressa história é tão terrível que eu ainda custo a acreditar que o próprio paí teve coragem de cometer esse crime tão vil. Acho sua idéia excelente.
Beijos.
Eu não sei fazer essesbotões para se colar no lay-out, mas vou encomendar um. Que tal nós o espalharmos pela blogosfera?
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