Caros leitores, como prometemos semana passada,
hoje temos uma entrevista bem
elucidativa das questões que envolvem a disfunção erétil. O objetivo é abrir um espaço de reflexão,
para os leitores e leitoras do Blog Camélia de Pedra, acerca de um problema tão
comum e tão tabu ainda hoje. Assim
convidamos o Médico Urologista e Cirurgião Dr
Cid Zauli, para uma conversa. Onde ele responde com toda franqueza e linguagem
clara o que você precisa saber sobre a
disfunção erétil, para buscar ajuda: se é você mesmo que sofre com o problema, um amigo, ou a (o)
parceira(o) de um homem que sofra de
disfunção erétil possa encorajá-lo a enfrentar sem fugas, o que tiver que ser
enfrentado.
Nem sempre o problema é sério. Grave mesmo, é
sofrer e esconder até de si o sofrimento. Fingindo que não foi nada, que a
situação – já reincidente - não irá se repetir, fazer de conta que está tudo
certo. E assim não buscar ajuda.
O que queremos aqui é dizer:
levanta e anda. Você vai encontrar urologistas
humanos, amigos, como o Dr Cid Zauli, para ajuda-lo a resolver seus problemas.
E psicanalistas com uma boa escuta, que ajudem você a entender-se e a descobrir,
o que está impedindo nesse momento a sua satisfação sexual.
Vamos encarar? Sua sexualidade tem muito a ver com a sua qualidade de vida.
Vamos encarar? Sua sexualidade tem muito a ver com a sua qualidade de vida.
Boas vindas a vocês. E ao final da entrevista, encontrarão links para contado com o Dr Cid Zauli, que tem mais de 20 anos de profissão, fez especialização em Urologia na França, com louvor, tem um medicamento próprio para ejaculação precoce, hoje vendido a pedidos, em farmácia de manipulação, e está aqui para procurar resolver as suas dúvidas, curiosidades, e até pânicos infundados.
Dr Cid Zauli
BCP-Interessante perceber que as pessoas ligam a palavra
“impotência” a “disfunção erétil”. O que
você Dr Cid Zauli pensa a respeito dessa associação de idéias?
CZ- Percebo que a
ligação entre impotência sexual e disfunção erétil se dê, pelo fato de que a
maioria dos homens pensa que a masculinidade tenha relação com ato sexual, quer
seja pelo prazer e/ou procriação e quando ele não ocorre, ele se considera
impotente.
BCP-
O que é uma disfunção erétil, por definição?
CZ- Disfunção erétil é incapacidade de levar um
ato sexual até o final, quando ocorre o orgasmo, por falta de rigidez peniana
que permita a penetração.
BCP-O
que pode ser considerado , ou não, uma disfunção erétil ou uma situação
ocasional?
.
CZ- Havendo a situação acima, pode-se dizer que há uma disfunção erétil,
quer seja ela temporária ou definitiva. É claro que há situações muito rápidas,
como por exemplo, interromper o ato sexual bruscamente por causa de um alarme e
isso não significa, que o paciente tenha uma disfunção. A disfunção é
considerada existente quando num ambiente propício a um ato sexual, ele não vá até
o final, por dificuldade em sustentar e ereção para a penetração.
BCP -Quais as causas mais comuns de disfunção erétil?
CZ-A causa mais comum é a de fator emocional, mas
há também as causas de origem orgânica como doenças neurológicas, vasculares,
Diabetes Mellitus ou até mesmo, sequelas de cirurgias que comprometam a
inervação do pênis, como no caso de um cirurgia para a retirada de um tumor de
bexiga e próstata.
BCP-Existe uma associação popular, que acredito que está ligado as pessoas
fazem um tabu da disfunção erétil, que
é associar o problema a perda da masculinidade? Você percebe essa associação,
em seu consultório? E tem alguma coisa de verdadeiro no que parece ser uma
enorme fantasia: masculinidade não tem nada que ver com a capacidade de ereção
de um homem.
CZ-Essa relação de
disfunção erétil e perda da masculinidade, é feita por pessoas menos
esclarecidas. Com o acesso à informação cada vez mais globalizada, o homem
acessa tudo sobre disfunção erétil, antes de procurar um médico. Mas existe sim
essa associação.
BCP -Em geral a pessoa aparece no consultório já apresentando
essa queixa, sem tabus, ou fica dando voltas ate dizer qual o seu problema?
CZ-Cada vez mais o
paciente chega abordando direto o assunto sobre dificuldade para o ato sexual.
Mas é comum também ficar rodeando, procurar por outra queixa e ao perceber boa
relação com o médico, citar o problema.
BCP-Entendi, por estudos, que a disfunção erétil na maior
parte das vezes é emocional, seja por estresse, seja por questões emocionais mais profundas, do que
por problemas realmente físicos/
biológicos. Você concorda com isso? Estatisticamente no mundo ocidental, como é esse percentual?
CZ- Concordo sim que
o fator emocional é o maior responsável e na minha clínica, acho que 80% por
dos casos tem essa origem. Mas acho que as causas orgânicas têm como origem
mais comum, o Diabetes.
BCP-Existem formas de prevenir o aparecimento do quadro
da DE.? Cuidados com a saúde, cuidados
com a psiquê?
CZ- A melhor forma de
se prevenir a DE é qualidade de vida. A atividade sexual é extremamente
aeróbica e um bom condicionamento físico é fundamental. Não adianta o homem mal
conseguir subir dois lances de escada e se cobrar um ato sexual que eleva o
batimento cardíaco muitas vezes a 150bpm (batimentos por minuto). Então, se há
uma forma de se prevenir a disfunção erétil, é praticar regularmente atividade
física aeróbica. Claro, os fatores emocionais podem ser desencadeantes de
problemas, mas isso o homem não escolhe acontecer. Já qualidade de vida, é uma
opção sim.
BCP -Qual o maior impedimento para curar
a disfunção erétil de alguém que
esteja com esse quadro?
CZ- No meu ponto de
vista, o maior impedimento do homem brasileiro é financeiro, uma vez que
as terapias disponíveis são caras para a maioria da população. Estamos falando
de um país em desenvolvimento e às vezes, uma terapia para a disfunção erétil
pode custar no mínimo R$ 30,00 por ato sexual ( 5% de um salário mínimo). E há
tratamentos que precisam ser feitos continuamente e aí, o custo pode chegar a
R$ 300,00 por mês. Mas acho que a timidez também possa ser um fator importante
para aqueles com poder aquisitivo ou então, o fato de ter que se reconhecer com
disfunção erétil.
BCP - É comum o homem associar o problema de disfunção com
perda de interesse pela parceira/parceiro?
CZ- Não só é comum o
homem associar a disfunção erétil à perda da atração pelo(a) parceiro(a) como é
realmente um fato. O homem precisa de novidade para se excitar e depois de anos
de relacionamento, se ele não inventa, a novidade acaba e o desejo também.
Blog Camélia de Pedra- O Sr está sugerindo que o homem tenha várias parceiras para evitar
a disfunção erétil?
CZ- Ah, quando digo para o homem variar, me refiro a variar com a
parceira: uma viagem romântica, uma underwear sensual, uma surpresa, tipo entra
no motel de repente e dane-se se ela se ela está com dor de cabeça, um jantar a
luz de velas com um pouquinho (ou muito, rs) álcool para embalar. Não me refiro
a variar de mulher.
BCP- É sabido que o parceiro ou a parceira, será aquele que mais poderá ajudar a quem tem disfunção erétil a se curar. É nesse momento que é preciso muita intimidade já conquistada,
para encarar as dificuldades e juntos e procurar resolve-las. E é justamente um
momento em que, quem esta sofrendo com
disfunção erétil procura encontrar em novos parceiros na tentativa de melhorar. Essas
duas opções, o Sr vê como um
equivoco ou uma possibilidade interessante?
CZ- Quanto à procura
de um(a) novo(a) parceiro(a) para resolver o problema, fica complicado me
posicionar. Sei que numa sociedade ocidental, que preza a fidelidade, esse não
é o caminho. Mas no oriente, veja quantas mulheres um xeique pode ter. Meu
ponto de vista é que numa sociedade monogâmica, é indispensável a contribuição
do(a) parceiro(a) para buscar a melhor solução.
BCP -Pensando no lado da queixa feminina: uma mulher começa uma relação com um homem , e ele “falha” na
primeira tentativa, na segunda, na terceira. Em geral a mulher se acha menos interessante quando
isso acontece. É sabido no entanto que ,
muitas vezes justamente as mulheres mais atraentes
a esse homem, causam maior ansiedade. E
que uma profissional resolve a questão. O homem que procura a profissional do sexo, se sente viril,
por que não se sentiu ameaçado emocionalmente com pressão de nenhum tipo? O
que o Sr pensa sobre isso?
CZ- A ansiedade é o
maior inimigo da ereção. Se o homem se sentir ameaçado, a chance da disfunção
erétil acontecer é grande.
BCP -Existe uma idade em que o homem precise de fato se
preocupar , onde há um declínio natural
biológico, ou isso é muito variável e não da para definir?
CZ- A partir dos 40
anos podem acontecer mudanças no organismo masculino e a partir daí, muitos
começam a notar alterações de libido e de comportamento sexual. Não é uma regra
para todos, vai depender da vida pregressa desse paciente, doenças associadas,
uso de medicamentos que já sejam necessários. Mas acho que todo homem a partir
dos 40 anos já deveria começar um acompanhamento urológico pensando não só em
qualidade de vida sexual, mas também para avaliar o trato gênito urinário.
1 BCP-
A primeira reação é negar ao invés de encarar?
Buscar subterfúgios, eufemismos, culpar a parceira(o) ou os homens em geral
estão olhando isso de frente?
CZ- Acho que hoje em dia a primeira reação do
homem quando ele realmente assume que há um problema para o ato sexual, é
encarar e procurar ajuda. Há uma campanha muito grande hoje em dia. O mercado
da indústria farmacêutica colocou muita novidade à disposição e ela precisa
divulgar isso para que os homens saibam que esses medicamentos existem. Só que
antes eles precisam se ver nessa situação, para se reconhecerem e procurarem
por essas drogas.
1 A FALHA É MAIS COMUM DO QUE SE PENSA....
BCP -QUE CONSELHO VOCÊ PODE DAR PARA UM HOMEM
QUE ESTEJA PREOCUPADO POR TER TIDO UMA FALHA
NA SUA EREÇÃO, OU TER TIDO FALHAS COSTUMEIRAS, OU JÁ SER UM ASSUNTO
CRONICO?
CZ- O meu conselho para os homens que enfrentam dificuldade para
sustentar ou até mesmo atingir uma ereção, é procurar um urologista. Mas claro,
não é para fazer isso num primeiro episódio. A falha é mais comum do que se
pensa, só que não dá ibope dizer que falhou, então ninguém conta.
A melhor forma de se manter uma vida sexual saudável e cuidar dela cedo,
praticando exercícios físicos com regularidade, evitar a obesidade, largar
vícios. Não acho que seja impossível vencer sozinho o problema, mas a ajuda
do(a) parceiro(a) muitas vezes é indispensável.
Aquela situação de um dos leitores, de rigidez incompleta. Há que ser feito uma
pesquisa e com o que temos à nossa disposição hoje, tudo indica que seja um
quadro reversível.
Os tratamentos da disfunção erétil às vezes é multidisciplinar. Para o
quadro emocional, há necessidade de terapia, que pode deixar o paciente livre
de drogas por via oral. Para os casos orgânicos, há tratamentos que vão desde
comprimidos, passando por injeções intra penianas até a cirurgia.
Para entrar em contato com o Dr Cid Zauli, ele disponibiliza para nós, esses
endereços:
Associar o nome do Dr Cid Zauli a deteminadas palavras, na busca do Google, pode levar direto a um post específico dentro
do meu blog. Exemplo: ocitocina + Cid
Zauli. Ou dapoxetina + Cid Zauli. Ou
disfunção erétil + Cid Zauli.
Entrevista por : Pauline Herbach ( Socióloga, Psicóloga Clínica e autora desse blog)
.
Oi, Cam!
ResponderExcluirAcho que podemos transportar esse trecho da entrevista para o feminino:
Não só é comum o homem associar a disfunção erétil à perda da atração pelo(a) parceiro(a) como é realmente um fato. O homem precisa de novidade para se excitar e depois de anos de relacionamento, se ele não inventa, a novidade acaba e o desejo também.
Afinal, o melhor afrodisíaco ainda é a imaginação! Homens poucos criativos estão fadados a impotência.
Beijus,
Concordo inteiramente com voce Luma. Não adianta esperar milagre da parceira nao. O sujeito tb tem que ser pro-ativo. Inventar, sempre reconquistar,enfim, tudo nessa vida tem seu trabalho e dedicaçao nao e´?
ExcluirBjos e bom domingo.
Bacana a entrevista.
ResponderExcluirConvido vc responder uma nova enquete no blog
Obrigada.
Big Beijos
Legal, Lulu, se estiver ao meu alcance.... Bjos e bom domingo!!!
ExcluirBom, acho que esses foram os comentários possiveis de serem publicados. O Dr Cid recebeu uma porçao de perguntas e duvidas. Então acho que valeu muito abrir esse assunto aqui, que apavora muita gente, e pode ser resolvido muitas vezes com uma simples busca de ajuda, ao inves de colocar a poeira debaixo do tapete. Que bom!!!
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