02 setembro 2010

Peacock é quase um Hitchcock





Quando estou cansada ou tensa e preciso mudar de canal, assisto a um filme. Quando estou contente também gosto de assistir filmes. O fato é que acabo tendo sempre uma coleção de filmes para assistir. Ultimamente "arrematei" uma "boa safra", a "leva" anterior estava tão fraca que eu já me perguntava se aposentaria meu gosto por filmes. Pois bem, o de hoje foi Peacock, que já começa a intrigar pelo título, que embora seja o nome de uma cidade em Nebraska, EUA, rima com Hitchcock. Quem assistiu Psicose saberá que a semelhança entre os dois filmes, não para nessa escolha de título, palavra que aliás tem outros sentidos como adjetivo e verbo, não só o substantivo próprio, nome de uma cidade. Peacocking é uma forma de um homem se mostrar de um jeito estranho, bizarro, para atrair a atenção de uma mulher, descubro hoje. E aí começo a pensar que o diretor e roteirista Michael Lander arquitetou com muito zelo, uma série de charadas que vão dar no mesmo lugar: uma rasgada homenagem ao Hitch, com um conjunto gritante de referencias ao filme "Psycho" com Anthony Perkins, lançado em 1960. Trata-se da história de um homem que provavelmente foi abusado por sua mãe na infancia, e que se torna alguma coisa que parece uma mistura de um sociopata, com um esquizofrenico de multiplas personalidades, John Skillpa. Alguém que busca desesperadamente um EU que não existe, não se estruturou. E ele sabe disso. O diretor também não faz mistério sobre a condição de seu protagonista. Nada de revelar no final que "o filho era mãe" como diriam em Portugal, reza a piadinha antiga. Todo o tempo é revelado ao espectador que John Skillpa e Emma sao a mesma pessoa. Ele travestido de mulher. O que não se sabe direito são as motivações de John. Ao entrar na historia um terceiro e quarto elementos, a coisa vai se esclarecendo. Maggie (Ellen Page de Juno) tem um filho e aparentemente essa criança é de John num momento homem. Esse filho ao contrário de dar consistencia a John e ao seu ego fragilissimo ou inexistente, fortalece sua personalidade antagonica, Emma: tudo que ela queria era "ver um menino correndo pela casa". Daí para frente, através de uma linguagem de cena pontual, como o momento em que Emma tira uma foto do filho de Maggie no mesmo lugar onde John também tem um retrato na sua infancia, vemos que a intençao de John/ Emma é ficar com a criança, para que definitivamente ela ocupe o seu lugar de menino abusado, e matar John adulto para se transformar definitivamente em Emma. E repetir assim, a parelha mãe e filho. Não sabemos se para abusar da criança, como foi abusado por sua mãe. Ou simplesmente ter um comportamento diferente, acolhedor para com esse filho, chegando a um patamar mais próximo de uma possível estabilidade através da elaboração do que viveu. A segunda hipotese é descartada pelo proprio personagem de Emma, que pede a Maggie para levar seu filho embora, por que ali , junto de John/Emma, "corre perigo". Ou seja, por mais infeliz que seja o drama e a loucura, o final ganha um momento de lucidez. Com as otimas interpretações de Ellen Page e de Cillian Murphy no papel de John, esse é um filme que eu também recomendaria, principalmente para quem gosta de um bom e entrucado enredo psicológico. Se quiser ver, procure numa locadora. O filme não teve estréia em cinema, foi lançado direto em DVD, nao sei por que. Merecia um telão. ( fotos encontradas em busca no Google)

2 comentários:

  1. Obrigada pelas palavras de apoio. Minha avó descobriu um câncer recentemente e esta sendo díficil para toda família, ontem ela desabou, depois de passar todo esse tempo se fazendo de forte. Apesar disso, felizmente vai dar tudo certo, tenho fé.

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  2. Bom dia Camila, olha, eu acho que os filmes hoje em dia são todos repetitivos. Como se tudo levasse a mesma direção e essa direção geralmente são as mesmas dos filmes antigos como se já tivessem feito tudo e nada mais fosse possível. Mas ontem eu assisti Sempre ao seu lado com o Richard Gere e chorei feito uma boba, lógico que tinha um cachorro na história. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    Bacio

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