17 abril 2011

Entre mortos e feridos, por que tantas séries de investigaçao diagnóstica?



Se você tem televisão com canais abertos, talvez assista de vez em quando uma dessas séries dubladas. Agora, se você contratou um desses serviços de TV por assinatura, um monte de sirenes e grandes "doutores" já devem ter invadido a sua tela. Me pergunto: Por que isso dá tanta audiência? Acho que ainda não sei. E juntando um sintoma aqui, um raioX ali, vou tentar descobrir.
São dois tipos de série: a de investigação criminal com exames em cadáveres e as de investigação diagnóstica de doenças, em geral raras. Em comum, um médico ou um médico-legista de QI acima do normal e de QI emocional um tanto confuso. Pessoas complicadas mesmo.
Vejamos o House: um verdadeiro Sherlock Holmes quando se trata da doença alheia. Chega a disputar o diagnóstico certeiro com seus colegas e aprendizes. E ao mesmo tempo, tem uma incapacidade crÔnica de se vincular afetivamente. Além do vício em analgésicos, o que não chega a ser novidade na área hospitalar, onde a tensão é grande e as substancias, disponíveis.
Agora começou a primeira temporada de "The Body of Proof". Já não se dão mais nem ao trabalho de traduzir os títulos das séries. Penso que as culturas não americanas do norte,se sentem mais aculturadas com esse detalhe. Mas vamos ao episódio que assisti hoje: uma grande médica, neuro-cirurgiã, agora trabalha como legista. Alguém pergunta o por que dessa troca e ela diz: "não se pode matar quem já está morto". Assim se pressupõe que talvez um erro médico a tenha deixado profundamente magoada com a profissão de médica de vivos. Paralelamente vem a baila a relação dessa pessoa genial, com sua filha pré-adolescente que aparentemente mora com o pai e com quem não consegue construir uma relação. Mas a personagem, supera em muito a capacidade da polícia em desvendar os misteriosos casos. Unindo sua imensa perspicácia aos seus conhecimentos, aparentemente muito acima da instrução média de um médico-legista.
Aí resvalamos para o Dexter( que foge um pouco, mas só um pouco, do foco), já na sétima temporada na FX. O personagem além de serial killer, é policial e perito em cenas de crime. Mas isso é pano de fundo. O que está à frente é o proprio diagnóstico do protagonista que se questiona todo o tempo se é mesmo um psicopata. É bem truncado o caso, por que embora seja um matador em série, tem uma qualidade peculiar: mata apenas aqueles assasssinos que a polícia aparemente vai deixar passar em branco, ou por que a justiça é cega ou por que é míope. Entao o Dexter atua como uma espécie de "justiceiro" se desfazendo dos malfeitores. É. O mais interessante é que tinha uma relaçao de afeto com sua recém-falecida esposa que agora atua na série " Uma família bem diferente". Tem uma relação afetuosa com o bebê, com os enteados e com a irmã. E tem visões de seu pai já morto- esse sim um psicopata com todas as letras- dando-lhe instruções variadas. Ele que educou o menino Dexter fazendo-o acreditar que é um psicopata e que deve saciar sua "sede de matar" eliminando assassinos. Ou seja, uma solução tão "ecológica" quanto doida. Aos poucos, por flash backs, vemos que Dexter tem um baita trauma por ter visto alguém assassinar, com muito sangue, sua própria mãe. Além de realizar obediente, aquilo que seu pai desejava. Assim ficamos nós brincando de Dr House, procurando as provas ou as teses que vão dar o veredicto ao ruivo batman, sem fantasia preta. E ninguém estranhe, haja visto o final de Lost, que tudo pode acontecer. O que vale é o ineditismo do último capitulo.. Então pode ser que Dexter tenha matado a esposa e ainda jante as crianças e vá ao cinema, quem sabe?
Mas a questão toda que me levou a esse post foi: por que temos tanta atração por essas investigações? Será que é mais facil do que investigarmos a nós mesmos e nossas próprias patologias? Será que esse relax mequetrefe nos traz um pouco mais de sanidade? Realmente, quero descobrir. Enquanto isso, desligo a TV e viajo no livro da India. Sem nenhum Dr em nada, mas cheio de gurus.Êta nós. ( imagens de divulgação das séries, encontradas no Google)

4 comentários:

  1. Oi, Camille!
    Pelo que você vem nos contando sobre este novo livro, pareceu-me muito interessante, principalmente para mim que tenho dificuldade no controle de respeiração, yoga e tudo mais.
    Mas, com respeito aos filmes que fala, digo-lhe que não acompanho estes seriados americanos, mas meu filho adora e vez ou outra me chama para ver, só que não é muito meu estilo, mas o que percebi em sua narrativa é que ter inteligência para alguma coisa não quer dizer que esteja imune para erros ou insensatez em sua vida particular.
    Conheço vários profissionais médicos que são ótimos no que fazem, mas na vida real, tadinhos! hehe
    bjs cariocas

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  2. Boa noite,

    Eu não sabia que Dexter era legal. Gostei e vou ver.

    Sou apaixonado com House. Ele é um humanista à maneira dele: viva a sua vida enquanto pode. É a mais apaixonante das muitas séries a que assisto.

    Gostei do seu site. Vou voltar mais vezes.

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  3. Eu confesso que ando ausente do mundo das séries. Elas, com raras excessões estão me cansando. Prefiro os livros e a novela das nove (isso por enquanto) kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk. Eu sei que ela vai me causar cansaço também. É sempre assim...
    Quando ao House, não o aguento mais, nem mesmo o Hugh que eu amo consegue me manter a frente da tv. É um sonifero e tanto. O roteiro é chato e os personagens já não são mais interessantes como antes.
    A nova série nem me chamou a atenção, então não vi.
    Ando lendo Noite e Dia de Virginia Woolf e posso assegurar ser bem melhor que a tv. rs
    bacio e desejos de uma linda semana pra vc...

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  4. Anônimo10:44

    Com certeza que um bom livron é melhor do que qualquer uma dessas series. Eu nao acompanho nenhuma e por isso nao sei o nome nem dos persoangens.
    Mas tem algumas que de tao antigas sao veneradas e intimas das pessoas ja, tipo Grey's Anatomy, aventuras de toda especie no hospital...
    Bjos

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